Familiares de militares aquartelados em São Paulo visitam detidos após o furto de 21 metralhadoras do Exército

No último domingo (15), familiares de recrutas, soldados e oficiais do Exército que estão aquartelados no Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, realizaram visitas e entregaram mantimentos aos detidos. Essa ação ocorre após o sumiço de 21 metralhadoras que foram furtadas. Entre os 480 aquartelados, estão homens e mulheres, e alguns familiares afirmaram que os jovens estão emocionalmente abalados, chegando a chorar na presença de seus pais.

Os militares estão aquartelados desde o dia 10, quando foi percebido o furto de 13 metralhadoras antiaéreas e oito de calibre 7,62. Os familiares que estiveram no local preferiram não se identificar por medo de represálias contra seus filhos. Um dos pais entrevistados relatou que a situação é complicada, principalmente devido ao fato de muitos dos envolvidos serem recrutas, ou seja, jovens que ingressaram recentemente no serviço obrigatório. Para ele, o furto deve ter sido planejado e, enquanto as armas não são encontradas, seus filhos são os que estão sofrendo as consequências.

Além das visitas, os familiares também tiveram permissão para levar mantimentos aos soldados e oficiais aquartelados, incluindo bolachas, salgadinhos e iogurtes. Além disso, eles puderam levar para casa os carros e motos dos militares que estão estacionados dentro da unidade.

Segundo o Comando Militar do Sudeste, a tropa está aquartelada para contribuir com as ações necessárias durante a investigação. O Exército informou que imediatamente após perceber a discrepância no controle das armas, foram tomadas providências administrativas para apurar as circunstâncias do sumiço, e também foi instaurado um Inquérito Policial Militar. No entanto, a nota não menciona se há algum suspeito para o furto das metralhadoras.

O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, lamentou o furto das armas e afirmou que o caso será investigado para evitar consequências catastróficas. Ele assegurou que a segurança de São Paulo não medirá esforços para auxiliar nas buscas e evitar que o armamento caia nas mãos do crime, colocando em risco a segurança da população.

Apesar de o Exército afirmar que as metralhadoras são inservíveis, o furto das armas é preocupante, de acordo com Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz. Ele explica que mesmo que as armas não estejam em condições imediatas de disparo, o crime possui a capacidade de efetuar manutenção e produzir peças faltantes, ou até mesmo consertar outras armas usando materiais modernos. Portanto, o desvio dessas armas pode gerar graves consequências.

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