Para a presidente do SinproABC (Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do ABC), Edilene Arjoni, a superlotação das salas de aula e o relacionamento com os alunos são os menores problemas enfrentados pelos professores. Ela destaca que a categoria sofre com assédio moral, sendo exigido um alto rendimento e não sendo fornecidas as condições adequadas de infraestrutura nas escolas particulares.
Além disso, durante a pandemia da Covid-19, houve um aumento significativo na demanda de trabalho dos professores, como a necessidade de elaborar provas diferenciadas para alunos com laudos, preparar aulas online e lidar com salas de aula virtuais com centenas de participantes. Essa sobrecarga de trabalho, aliada aos baixos salários, tem deixado os professores extremamente esgotados.
Na próxima campanha salarial, em 2024, os professores pretendem discutir com os donos das escolas questões como a regulamentação das horas de trabalho fora da sala de aula. No entanto, apesar de todas as dificuldades, o que os professores têm para comemorar é a resistência e a força de luta da categoria.
No ABC, apenas na rede estadual, cerca de 20 mil professores estão empregados. Segundo o secretário de finanças da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), José Roberto Guido Ferreira, a situação dos professores do Estado é ainda pior do que na rede privada. Ele aponta que metade da categoria está em contrato temporário e com redução de direitos, resultando em uma categoria adoecida, com aumento de doenças psíquicas e físicas.
Em resposta a essa situação, os professores estão se mobilizando para uma grande assembleia estadual na Praça da República, na próxima sexta-feira (20/10), com a paralisação da categoria. O objetivo é lutar contra a redução da verba da saúde proposta pelo governo e reivindicar condições de trabalho melhores, como a realização das Atividades Pedagógicas Diversificadas em locais de livre escolha e o fim do assédio moral.
Apesar das adversidades, há algumas conquistas que podem ser comemoradas neste Dia dos Professores, como a retomada do diálogo pela educação e a vitória sobre o governo em questões como a manutenção do Fundeb e a não substituição do livro didático por livros digitais de qualidade duvidosa. No entanto, ainda há muitos motivos de preocupação, como o Ensino Médio deficiente e a falta de interesse dos jovens em seguir a carreira do magistério.
Portanto, este Dia do Professor serve como uma oportunidade para reconhecer e valorizar o trabalho desses profissionais que enfrentam desafios diários para garantir a educação de qualidade para os estudantes da região. É fundamental que a sociedade apoie e cobre melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial dos educadores.