No dia 1º de janeiro de 2023, Joanna recebe sua carta de demissão enquanto tenta fazer seu recém-nascido dormir. Ela descobre que outras 100 pessoas também foram demitidas, o que, de certa forma, a conforta. No entanto, o corte em massa possibilitou sua demissão, pois tanto no Reino Unido quanto no Brasil é ilegal demitir alguém durante a licença maternidade, a menos que se prove que a gravidez ou a licença não foram os motivos da demissão.
Nos meses seguintes, Joanna tenta digerir a situação. Ela pertence à geração Y, que cresceu ouvindo que o trabalho deve ser amado e que é preciso estar sempre sorrindo e engajado. Agora, seu relacionamento com o trabalho está em cacos e seu coração partido.
Em maio, Joanna percebe que seus ex-colegas estão comemorando novos empregos enquanto ela mal tem tempo de deixar o pijama de lado. Ela se sente pagando o preço por ter tido um filho, algo que desejou após cinco anos de trabalho na mesma empresa, acreditando que tudo estaria esperando por ela quando voltasse.
A notícia de que Claudia Goldin recebeu o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre mulheres no mercado de trabalho traz um misto de revolta e conforto para Joanna. Segundo os estudos de Goldin, a diferença salarial entre homens e mulheres está ligada, principalmente, às interrupções na carreira que a maternidade muitas vezes acarreta.
Após um ano fora do mercado de trabalho, Joanna começa em um novo emprego na próxima semana. Ela foi contratada por uma empresa que sabe que ela tem dois filhos, um deles ainda amamentando. Embora tente não ser muito grata por isso, Joanna sabe que ainda há muito a se conquistar em termos de igualdade de gênero no mercado de trabalho.