A Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que tomou conhecimento dos fatos através de vídeos publicados nas redes sociais e que está analisando as imagens para identificar possíveis participações de agentes na invasão relatada. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra uma casa revirada na Vila do João, com roupas no chão e móveis quebrados. A moradora que gravou o vídeo questiona o motivo de destruírem suas coisas.
Outra imagem que circula na internet mostra policiais do Bope apontando um fuzil para dentro da casa de um morador. Moradores também relataram que os PMs colocaram fogo em uma farda de criminosos apreendida durante a operação, o que ocasionou o disparo de munição que estava no bolso da farda. A munição atingiu várias casas, inclusive uma lanchonete.
Deputados e vereadores se manifestaram diante das denúncias. A deputada estadual Renata Souza (PSOL) criticou as supostas violações praticadas pelos policiais e questionou a falta de resultados efetivos na operação. Já a vereadora Mônica Cunha (PSOL) classificou a invasão como uma violação e ressaltou a importância de não normalizar esse tipo de conduta.
Além das denúncias, também foram registrados intensos tiroteios nas regiões conhecidas como Conjunto Esperança, Vila do João, Vila do Pinheiro, Salsa e Merengue. Essas ações ocorrem após o assassinato de três médicos na Barra da Tijuca e a localização de quatro suspeitos de envolvimento no crime.
A operação na comunidade também afetou a educação, pois 37 escolas municipais suspenderam as aulas, deixando mais de 15 mil alunos sem estudar. As autoridades do estado informaram que o objetivo da operação é prender chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), a segunda maior facção criminosa do estado. Até o momento, 12 pessoas foram presas e seis fuzis apreendidos.
Diante das denúncias, o governador Cláudio Castro (PL) e o procurador-geral de Justiça Luciano Mattos incentivaram a população a denunciar possíveis abusos cometidos pelos policiais e informaram que a Corregedoria da PM vai apurar cada denúncia. Castro também destacou que policiais envolvidos em casos como esses serão punidos.
Os moradores podem fazer denúncias através de canais disponibilizados pela Polícia Militar, como telefone e e-mail, ou pela Corregedoria Geral da PM. O anonimato é garantido para aqueles que denunciarem possíveis violações. É importante que a população exerça seu papel de fiscalização e contribua para que esses abusos não fiquem impunes.