A presença da indústria do petróleo na COP28 e a nomeação de Sultan al-Jaber, chefe da Abu Dhabi National Oil Company, como presidente da cúpula do clima têm recebido críticas generalizadas. A Adnoc está envolvida na expansão da capacidade de produção de petróleo nos Emirados Árabes Unidos, o que levanta questionamentos sobre os interesses dessas empresas na discussão sobre mudanças climáticas.
De acordo com o Relatório de Perspectivas Mundiais do Petróleo da Opep, o consumo de petróleo deverá aumentar 16% nas próximas duas décadas, chegando a 116 milhões de barris por dia em 2045. Isso representa um acréscimo de cerca de 6 milhões de barris em relação às projeções anteriores. As previsões da Opep para a demanda mundial de petróleo foram elevadas, mesmo diante da necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis para evitar mudanças climáticas desastrosas.
As declarações de Al-Ghais foram apoiadas por autoridades dos países membros da Opep, bem como por executivos de empresas de energia de renome internacional. Durante a exposição e conferência de petróleo e gás Adipec, realizada em Abu Dhabi no início do mês, representantes da Halliburton, Exxon Mobil e BP Plc expressaram seu apoio aos Emirados Árabes Unidos e alegaram que a indústria do petróleo desempenha um papel fundamental na transição energética.
A presença da Opep na COP28 é vista como um desafio para os esforços globais de combate às mudanças climáticas e tem gerado controvérsias. Enquanto alguns defendem a importância de trazer todas as vozes para a mesa de negociações, muitos questionam a intenção da indústria do petróleo de participar do evento climático. Resta saber como será o desfecho dessa situação e quais serão as decisões tomadas durante a COP28 diante da presença da Opep e de suas projeções de aumento na demanda por petróleo.