Segundo a defensora pública Mariana Döering Zamprogna, as aldeias Sede, Figueira, Coqueiro e Palmeira já estão alagadas e algumas aldeias precisam de atenção imediata do governo estadual para terem suas necessidades básicas atendidas e sua segurança garantida. A comunidade indígena precisa de cestas básicas, água potável, velas, lonas, barracas, medicamentos, ferramentas e barquinhos.
O governo de Santa Catarina, no entanto, nega as alegações de falta de assistência aos indígenas. Segundo o governo, foram entregues uma ambulância, água potável e cestas básicas para as famílias indígenas, além de outras medidas como o envio de barcos para a região. A Secretaria da Saúde também está fornecendo ambulância e medicamentos, e a Secretaria Especial de Saúde Indígena está responsável pelo atendimento no local.
A Barragem Norte começou a ser fechada no último final de semana com o objetivo de minimizar os efeitos das cheias dos rios para algumas cidades. A terra indígena fica acima da barragem, o que levou o governo a priorizar a população abaixo da barragem. A água está subindo rapidamente na região, levando as pessoas a buscarem abrigo na igreja ou casas de familiares.
A situação da barragem também está sendo questionada pelo Ministério Público Federal. O MPF pediu ao governo catarinense esclarecimentos sobre o relatório de inspeção da Barragem Norte que comprovaria sua segurança. Segundo a Procuradoria, desde o último fechamento das comportas em 2014, a estrutura não tem recebido manutenção adequada. O MPF destaca que uma resolução de 2017 da ANA determina que a inspeção de segurança seja realizada pelo menos uma vez por ano.
Além disso, o prefeito de Taió, uma das cidades mais afetadas pelas enchentes, está pedindo a reabertura gradual das comportas da barragem de Taió. O prefeito alega que o acúmulo de água no reservatório está colocando a população em risco e pede que a abertura seja feita por etapas.
Até o momento, a Justiça Federal não julgou o pedido da Defensoria Pública da União e dos Ministério Público Federal. A situação das aldeias indígenas e a segurança das barragens continuam sendo acompanhadas de perto.