A situação é ainda mais desesperadora para os proprietários de lojas flutuantes, que agora estão atolados na lama e não têm clientes. Isaac Rodrigues, um morador local, lamenta o isolamento da vila e a impossibilidade dos barcos entrarem ou saírem do lago Puraquequara. “Estaremos aqui até que Deus nos envie água”, diz ele.
Diante dessa situação, o governo federal anunciou a preparação de assistência emergencial aos habitantes da região amazônica afetada pela seca recorde. Essa seca, assim como as enchentes na região Sul do Brasil, é atribuída ao fenômeno El Niño, que causa o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, segundo especialistas.
A seca tem deixado um rastro de destruição nos rios da região amazônica, com a acumulação de peixes mortos à medida que a situação piora. Cerca de 120 botos foram encontrados flutuando em um afluente do rio Amazonas, suspeitando-se que a severa seca e o calor sejam as causas desse desastre.
A escassez de água potável também se tornou um problema para a vila. Ivalmir Silva passou horas cavando um poço no lodaçal seco para conseguir água para beber e cozinhar. Além disso, os produtos alimentícios, como bananas e couves, pararam de chegar devido às dificuldades enfrentadas pelos pescadores.
A situação é tão precária que muitos comerciantes estão tendo dificuldades em obter renda suficiente para sobreviver. Raimundo Silva do Carmo, outro lojista, relata a queda nas vendas e a incerteza sobre o futuro. “Vamos ver o que Deus faz por nós”, conclui ele.
A seca na região amazônica tem causado um sério impacto na vida dos moradores da vila flutuante, que estão enfrentando isolamento, escassez de alimentos e dificuldades financeiras devido à interrupção dos negócios. A assistência do governo é aguardada com esperança por essas comunidades, na esperança de que medidas possam ser tomadas para amenizar o sofrimento causado por essa seca histórica.