Os cinco alunos responsáveis pelo projeto – Danyelle Pagadigorria, Nicoli Amaral Alves, Murilo Ribeiro Espolau, Pedro Henrique Milanetto e Thiago Luiz da Silva – demonstraram o potencial de transição do isopor para a matéria-prima da impressão em 3D. O projeto surgiu durante a aula eletiva chamada Homo plásticos, que faz parte do currículo das unidades do Programa Ensino Integral e permite que os alunos escolham as disciplinas que desejam cursar.
Segundo a professora de química e orientadora do projeto, Bárbara Rodrigues, muitas pessoas não sabem que o isopor também é um tipo de plástico e que sua cadeia de reciclagem não é bem definida devido à sua densidade. Partindo desse conhecimento, os alunos se aprofundaram nas características do material e na possibilidade de reciclagem e geração de novos produtos, como o filamento para impressoras 3D.
O grupo despertou o interesse da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde aprenderam todos os processos de reciclagem do isopor, desde a prensagem do material até a produção do filamento utilizando uma extrusora. Além disso, a escola e a comunidade se envolveram no projeto, coletando dez quilos de isopor e outros plásticos descartáveis.
O projeto não é o único destaque da Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha. Outros três projetos da escola também foram finalistas na Restaura Natureza da WWF-Brasil: restauro de um terreno público próximo à escola, sistema de aquaponia (que utiliza peixes de aquário para reciclar água e produzir adubo para plantas) e um projeto que visa evitar o desperdício de alimentos na merenda.
Além disso, o grupo responsável pela pesquisa com isopor também está na final do Prêmio Ciência para Todos, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com resultado previsto para a segunda quinzena de outubro. Eles também concorrem no Liga Steam, promovido pela Fundação Ancelor Mittal e Fundação Tríade, com resultado a ser divulgado em novembro.
Os estudantes destacam que, através de pequenas atitudes, como não jogar lixo na rua e separar corretamente os resíduos, é possível minimizar o impacto ambiental. Eles acreditam que o projeto começou a modificar a mentalidade das pessoas na escola e na comunidade, e que aos poucos é possível causar um impacto positivo no meio ambiente.
Além do projeto de transformação do isopor em filamento para impressoras 3D, um grupo de alunas da mesma escola também desenvolveu um projeto utilizando o isopor para criar tinta plástica diluindo o produto em óleo essencial de laranja. Essa pesquisa, intitulada Isocolor, ficou entre os dez finalistas nacionais do prêmio “Propostas para o Amanhã”, da Samsung, e em segundo lugar na Feira Stem Brasil, ambas realizadas em 2022.