Os quatro profissionais estavam na cidade para participar do Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, que começou no mesmo dia e vai até o próximo sábado (7). O evento, que reúne mais de 300 médicos do Brasil e de outros países, acontece pela primeira vez no Brasil e proporciona a troca de conhecimentos sobre procedimentos que possibilitam uma recuperação mais rápida aos pacientes.
Durante a homenagem, um dos organizadores do evento não conseguiu conter as lágrimas ao expressar suas condolências às famílias das vítimas. A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé (ABTPé) também emitiu uma nota expressando seu carinho e admiração pelos médicos dedicados que estavam no congresso.
Dentre as vítimas, estava Marcos de Andrade Corsato, médico assistente do grupo de tornozelo e pé do Hospital das Clínicas da USP. A instituição emitiu uma nota lamentando a perda de Corsato, que também pertencia ao corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O Sírio-Libanês afirmou que a partida repentina de Corsato deixou um vazio imensurável.
O crime aconteceu por volta da 1h em frente ao Windsor Hotel, um local de prestígio no bairro. Toda a ação durou apenas 27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver os médicos sentados em uma mesa do quiosque quando três homens vestidos de preto se aproximam e começam a atirar. Após balearem os quatro ocupantes da mesa, os criminosos fogem sem roubar nada.
A polícia está investigando o caso e apreendeu os celulares dos médicos para perícia. A possibilidade de as vítimas terem sido assassinadas por engano não foi descartada. O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou o crime como uma “execução” e determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações, uma vez que um dos médicos tinha ligações com dois deputados federais.
Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado de Glauber Braga (PSOL-RJ), ambos parlamentares, fazia parte do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), mesmo partido da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio em 2018. O PSOL divulgou um comunicado cobrando uma apuração rigorosa e eficiente do caso.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também manifestou seu apoio à Polícia Civil do estado e determinou que sejam empregados todos os recursos necessários para descobrir a autoria do crime.