Em entrevista à Folha, Meirelles destacou sua preocupação com a atuação de parte dos movimentos sociais que tentam impor paralisações na universidade. Para o reitor, essas pessoas se sentem no direito de impedir atividades acadêmicas, mesmo sem convencer a maioria a não participar. Ele ressaltou a importância de construir maiorias e reconhecer o direito do outro como um princípio fundamental da democracia.
O incidente ocorreu quando dois alunos comunicaram ao professor Rafael de Freitas Leão sobre a decisão de paralisar as atividades acadêmicas. O docente reagiu sacando uma faca e um spray de pimenta, conforme testemunhas relataram. Um vídeo gravado por outros estudantes mostra o momento em que o professor corre pelos corredores das salas de aula com a faca em mãos em direção a um aluno. Este jovem entra em confronto com o docente para desarmá-lo, e dois seguranças da universidade aparecem para conter a situação.
Leão foi detido pela polícia e levado para a delegacia, onde o caso foi registrado como lesão corporal e incitação ao crime. A reitoria da Unicamp informou que além do inquérito policial, a conduta do docente será investigada por meio dos procedimentos administrativos adequados.
O reitor Meirelles expressou preocupação com a recorrência de casos de violência, discriminação e intolerância na Unicamp e em outras instituições de ensino do país. Ele ressaltou a importância de promover o diálogo e a expressão de opiniões dentro da universidade, destacando que a utilização de meios que tenham elementos de assédio para convencer as pessoas pode ser extremamente perigosa.
A Unicamp, preocupada com os casos de violência, elaborou uma Carta de Princípios para defender a cultura da liberdade acadêmica, o ensino sem violência, a diversidade e a inclusão. No entanto, Meirelles teme que esses episódios prejudiquem o prestígio conquistado pelas universidades estaduais paulistas ao longo dos anos.
Apesar das preocupações, o reitor afirmou que buscará o diálogo com os movimentos estudantis e entidades sindicais para resolver os conflitos internos e não utilizará a força policial para conter as paralisações. Para Meirelles, é necessário resolver os problemas no campo das ideias e discutir francamente o impacto causado pela intolerância.
Em resumo, a Unicamp viveu um dia triste devido à detenção de um professor por suspeita de ameaçar estudantes durante uma paralisação. O reitor expressou preocupação com a atuação de movimentos sociais e enfatizou a importância do diálogo e do reconhecimento do direito do outro. A universidade tomará medidas para investigar o caso e garantir a responsabilização dos envolvidos. A preocupação com a violência e intolerância nas instituições de ensino pode prejudicar o prestígio conquistado pelas universidades estaduais paulistas. O reitor reafirma seu compromisso com o diálogo e a busca por soluções pacíficas.