De acordo com o governo, as linhas 1, 2, 3 e 15 do metrô amanheceram completamente paralisadas, enquanto apenas as linhas 4 e 5, concedidas à iniciativa privada, estavam em operação. Já na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), três das cinco linhas estavam totalmente paradas, com as linhas 7 e 11 operando parcialmente, porém sem realizar o trajeto completo e com maiores intervalos de espera. As linhas 8 e 9, também privatizadas, mantiveram sua operação normal.
O governador ressaltou que a greve desrespeita a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que proibiu a paralisação total dos trabalhadores do metrô. O desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira determinou que 100% dos trens circulassem durante os horários de pico, das 6h às 9h e das 16h às 19h, e 80% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 500 mil. Tarcísio criticou a falta de respeito do movimento sindical ao Judiciário e ao cidadão.
Sobre a privatização dos serviços, o governador afirmou que ainda não foram tomadas decisões e que a população será consultada. Segundo ele, estão sendo realizados estudos para verificar a viabilidade financeira e a possibilidade de prestar um serviço de melhor qualidade. Tarcísio também argumentou que as linhas 8 e 9 de trens apresentam falhas devido ao estado precário em que estavam antes da concessão à iniciativa privada.
No entanto, a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, contestou as declarações do governador. Ela afirmou que o processo de privatização já está em andamento e não apenas em fase de estudos, citando o edital de terceirização dos serviços de atendimento do metrô e o leilão de privatização da linha 7 Rubi. Segundo a líder sindical, Tarcísio está convencendo as prefeituras a abrir mão da autonomia dos municípios para avançar com o projeto de privatização da Sabesp.
Camila ressaltou que a privatização dos serviços de transporte em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro resultou em aumentos expressivos nas tarifas cobradas dos passageiros. Ela defendeu que a paralisação desta terça-feira busca proteger os empregos dos trabalhadores e o interesse da população, que deseja um transporte público de qualidade e água com bom padrão de distribuição, sem aumento abusivo nas tarifas.