Logo pela manhã, o clima chuvoso afastou a maioria dos clientes. No entanto, com a melhora do tempo durante a tarde, o movimento no comércio começou a crescer. Um dos motoristas, José Pereira, de 41 anos, estava fazendo compras com a esposa e as duas filhas. Ele elogiou a mudança, destacando que os carros atrapalhavam e deixavam o trânsito caótico e inseguro.
A Liberdade é reconhecida como o principal reduto da imigração japonesa em São Paulo e, por isso, atrai milhares de visitantes diariamente. Nos fins de semana, suas ruas costumam ficar lotadas de turistas interessados nas lojas e restaurantes com produtos típicos da cultura oriental. O ator Vinícius Santana, de 33 anos, comentou que evita ir ao bairro aos fins de semana devido à lotação, mas considerou a medida de fechamento das ruas uma necessidade, especialmente para facilitar a locomoção de crianças e idosos.
Apesar da chuva persistente ao longo do dia, parte dos visitantes compareceu ao bairro. No entanto, o movimento fraco e o clima instável fizeram com que alguns vendedores recolhessem suas barracas e fossem embora mais cedo. Já os artesãos e artistas de rua que trabalhavam na avenida Galvão Bueno demonstraram boas expectativas em relação à abertura das ruas do bairro. A artesã Cleide Horacek, de 60 anos, ressaltou que, com as ruas fechadas, as pessoas podem passear com mais tranquilidade, transformando o local em uma extensão da feira que acontece na praça da Liberdade.
Apesar das opiniões positivas, alguns comerciantes demonstraram preocupação com a possibilidade de a abertura das ruas atrair concorrência de vendedores ambulantes. Hugo Silva, de 19 anos, funcionário de uma loja de eletrônicos, afirmou que isso poderia atrapalhar o movimento. Já Enrico Martins, de 18 anos, acredita que, com uma fiscalização adequada, a medida pode beneficiar o comércio local, já que os carros atrapalham bastante a circulação de pessoas.
Como planejado, o programa Ruas Abertas na Liberdade prevê o fechamento das ruas das 9h às 20h aos domingos e feriados. As vias incluídas são: dos Estudantes (entre a av. da Liberdade e r. da Glória), dos Aflitos, Américo de Campos (trecho entre a r. Galvão Bueno e a r. da Glória) e Galvão Bueno (entre a r. Américo de Campos e a praça da Liberdade). Inicialmente, a gestão de Ricardo Nunes havia planejado o fechamento de mais ruas, mas reduziu o perímetro do programa após consulta aos moradores e comerciantes. O modelo adotado é semelhante ao que já ocorre na avenida Paulista, que também é fechada para carros aos domingos e feriados, das 10h às 16h.
