Horário de verão não será adotado em 2022 devido à estabilidade energética e mudança de hábitos da população

O horário de verão é um tema que sempre gerou discussões e polêmicas entre os brasileiros. Enquanto muitas pessoas aproveitam o período mais quente do ano para praticar esportes ou sair com os amigos ao fim da tarde, outras reclamam das manhãs mais escuras devido ao adiantamento do relógio em uma hora. Mesmo com as preferências divididas, o governo brasileiro determinou a adoção do horário de verão todos os anos de 1985 até 2018.

No entanto, em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro decidiu extinguir a medida e, neste ano, mesmo com a mudança de governo, não há indícios de que o horário de verão será retomado. De acordo com a área técnica do Ministério de Minas e Energia e o próprio ministro da pasta, não há necessidade de adiantar os relógios neste ano devido às boas condições de suprimento energético do país.

O ministro Alexandre Silveira ressalta que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão nas melhores condições dos últimos anos e que o horário de verão só será adotado caso haja evidências de uma necessidade de segurança no setor elétrico brasileiro. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios devem se manter acima de 70% em setembro na maioria das regiões, garantindo estabilidade no sistema.

Além disso, o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, com o uso crescente de usinas eólicas e solares, também reforça a argumentação para não retomar o horário de verão. O professor de Planejamento Energético Marcos Freitas destaca que o setor de energia não vê ganhos significativos com a medida e que houve uma mudança no padrão de consumo de energia dos brasileiros, com maior uso de eletricidade no período da tarde devido ao aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado.

Outro fator que impactou a importância do horário de verão foi a evolução da iluminação. Antigamente, a iluminação representava uma parte significativa do consumo de energia, mas com a adoção de lâmpadas mais econômicas e eletrodomésticos eficientes, seu peso diminuiu. Hoje, o grande vilão é a climatização, e não a iluminação.

Apesar da falta de necessidade técnica e dos argumentos contrários ao horário de verão, há ainda quem defenda a medida por questões de hábito e qualidade de vida. Para muitos, o horário de verão traz benefícios, como chegar em casa com a luz do dia. Porém, é importante considerar as limitações da medida, especialmente para aqueles que precisam acordar cedo.

Assim, diante das boas condições de suprimento energético, do aumento da oferta de energia e da mudança de hábitos dos brasileiros, é improvável que o horário de verão retorne ao país tão cedo. A discussão sobre a adoção ou extinção dessa medida continuará sendo debatida, mas, por enquanto, os brasileiros não precisarão se preocupar com a mudança nos relógios.

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