Leonardo Siqueira, que também é membro do conselho consultivo da USP por indicação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), defende a cobrança de mensalidades em universidades públicas. Ele enviou cinco questões à pasta comandada por Vahan Agopyan, ex-reitor da USP, buscando informações sobre as ações tomadas pela universidade para resolver a greve, identificar os invasores, tomar providências criminais contra os responsáveis pelos danos e qual é o dano material total causado pela paralisação.
O governo de Tarcísio de Freitas, por meio de nota, informou que encaminhou os questionamentos à USP e que aguardará os esclarecimentos antes de tomar qualquer medida, reforçando o respeito à autonomia universitária. Já a direção da USP afirmou que está elaborando suas respostas, porém não há um prazo para divulgá-las.
Para Leonardo Siqueira, a liberdade de expressão e a diversidade de pensamentos devem ser valorizadas no ambiente universitário. No entanto, ele ressalta a importância de repudiar e condenar as ações dos manifestantes que interrompem aulas e causam danos ao patrimônio público, como a derrubada das grades da Escola de Comunicação e Artes.
O deputado argumenta que essas ações não apenas geram custos financeiros para o Estado, mas também prejudicam os demais alunos da universidade. Por isso, ele defende uma investigação rigorosa das ações dos grevistas e a aplicação de medidas punitivas exemplares.
A greve na USP se iniciou devido ao déficit de professores e se estendeu para todas as unidades da universidade na capital. Agora, os organizadores pretendem expandir o movimento para os campi do interior paulista. Na última sexta-feira, algumas unidades, como a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, e a Escola de Educação Física e Esporte, aderiram à paralisação após votação majoritária em suas assembleias. Além disso, outras 25 unidades já estavam paralisadas na Cidade Universitária e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades.
No entanto, a greve parece longe de um fim. Em reunião com a reitoria da USP, os líderes acadêmicos não chegaram a um acordo. Os gestores argumentaram que as reivindicações dos estudantes são inacessíveis, o que gerou críticas por parte dos manifestantes. Eles afirmaram que a reitoria não demonstra disposição para o diálogo ou preocupação em atender suas pautas. Assim, a greve continua e se expande.
Os alunos apresentam cinco eixos de reivindicações, que incluem a contratação de mais professores, aumento do auxílio para permanência estudantil, melhorias estruturais na USP Leste, promoção de vestibular indígena e valorização dos direitos estudantis. A contratação de novos docentes é o tema mais debatido, com exigências como o retorno do gatilho automático para contratação, estabelecimento de um número mínimo de educadores para garantir o funcionamento dos cursos e o fim do edital de excelência ou mérito, que os estudantes consideram injusto.
A greve na USP continua e, até o momento, não há previsão para seu término. Enquanto isso, as discussões em torno dos danos ao patrimônio público, a cobrança de mensalidades em universidades públicas e as reivindicações dos estudantes continuam sendo pautas de intensos debates.