Rafael Nadal, conhecido tenista, costuma dizer que é o chefe de seu treinador e fisioterapeuta, afinal, ele é quem os paga. No entanto, Nadal entende a importância de permitir que eles expressem suas opiniões, mesmo que sejam cruas e dolorosas para ele como jogador. Afinal, é através desses feedbacks negativos que ele pode se desenvolver e aprimorar suas habilidades.
E essa mesma lógica deve ser aplicada no ambiente empresarial. Um líder precisa estar aberto a críticas e sugestões, pois é assim que ele poderá evoluir e melhorar. Se não estivermos dispostos a ouvir outras perspectivas, como poderemos esperar que ocorra mudanças e que encontremos alternativas melhores para os desafios que enfrentamos?
Bill Gates, por exemplo, destaca que sempre tem um treinador ao seu lado quando joga Bridge. Esse treinador não está lá para elogiá-lo e ser complacente, mas sim para apontar suas falhas e erros. Gates reconhece a importância dessas informações incômodas para seu crescimento.
Infelizmente, muitas pessoas se recusam a ouvir seus próprios erros. Isso é particularmente comum em ambientes corporativos, onde os líderes frequentemente são elogiados e cercados por pessoas que estão ali apenas para bajulá-los. Essa situação é bastante prejudicial, pois impede o crescimento e a evolução do líder, que acaba criando uma bolha de autoelogio.
É importante ressaltar que essa resistência a ouvir críticas não é exclusiva do ambiente corporativo. Ao longo da história, líderes políticos e monarcas tendem a ouvir cada vez menos as opiniões divergentes e se cercam de pessoas que estão ali apenas para satisfazerem suas vontades. É uma dinâmica de poder que ocorre desde tempos remotos.
Por isso, para ser um líder efetivo, é fundamental que a pessoa esteja disposta a ouvir e valorizar diferentes perspectivas. É importante conviver com pessoas diferentes, que possam trazer visões incômodas, pois isso enriquece o processo de liderança. A diversidade de opiniões é essencial para o crescimento e o aprimoramento de um líder.
Um líder que se fecha na sua zona de conforto e busca apenas o conforto do próprio ego está fadado a ser um chefe autorreferencial, focado apenas em sua própria gratificação a curto prazo. Ter autoridade para dar ordens não o transforma em uma referência para os outros, em uma estrela que pode realmente liderar e guiar uma equipe.
Portanto, é essencial que um líder desenvolva sua capacidade de ouvir e absorver feedbacks negativos. É nessa zona desconfortável que está a oportunidade de aprendizado e crescimento, onde habilidades que precisam ser aprimoradas podem florescer. Seguindo o exemplo de Nadal, se quisermos ser os melhores em nossas áreas, devemos nos cercar de pessoas que nos dizem o que não queremos ouvir. O sucesso está diretamente ligado à nossa capacidade de enfrentar nossas próprias sombras.