De acordo com Cappelli, a intenção é atuar com inteligência e proporcionalidade, respeitando o contexto das favelas, sem ações pirotécnicas ou espetaculares. O objetivo é devolver o território para as 140 mil pessoas que vivem na região. A operação foi anunciada após a divulgação de imagens de criminosos em treinamento de guerrilha dentro de uma área de lazer no conjunto de favelas. As imagens, captadas por drones da Polícia Civil do Rio durante uma investigação de dois anos, mostram dezenas de homens armados simulando confrontos, inclusive com uso de bombas, em um espaço próximo a uma creche e cinco escolas.
Cappelli considerou as imagens inaceitáveis, destacando que criminosos andando com fuzis não podem ser tolerados. Castro, por sua vez, afirmou que as imagens têm um tom de libertação e ressaltou que traficantes não são vítimas da sociedade, mas sim criminosos perigosos que não têm pena de usar crianças como escudo. O governador não divulgou detalhes da operação, mas afirmou que o planejamento prevê ação não só naquela área, mas também em outras regiões.
O Complexo da Maré já passou por operações de ocupação no passado, como a atuação do Exército entre 2014 e 2015 e a instalação de UPPs. No entanto, o programa de policiamento comunitário está esvaziado atualmente. Segundo Castro, a diferença entre o planejamento atual e as operações anteriores é o foco na inteligência, investigação e tecnologia.
A região do Complexo da Maré é dominada por várias facções, incluindo o Comando Vermelho, o Terceiro Comando Puro e milicianos. Uma pesquisa da ONG Redes da Maré mostrou que a exposição precoce à violência prejudica o acesso das crianças à educação e ao lazer, afetando seu desenvolvimento. O estudo também revelou que algumas escolas não utilizam suas áreas externas devido à proximidade com grupos armados.