De acordo com um estudo recente realizado pela Instituição Oceanográfica Woods Hole, algumas espécies de peixes podem perder até 70% de seu habitat até o ano de 2100. Isso indica que as altas temperaturas registradas atualmente não são apenas uma anomalia, mas um alerta para o futuro dos oceanos em meio às mudanças climáticas.
Peixes grandes, como o marlim e o atum-gaiado, habitam áreas oceânicas que estão sofrendo um aumento de temperatura mais rápido, previsto para aumentar até 6°C até o final deste século. Esse nível de aquecimento pode levar a uma ampla redistribuição das espécies, alterando fundamentalmente os ecossistemas marinhos.
A diretora científica do Instituto de Pesquisa do Golfo do Maine, Janet Duffy-Anderson, explica que o aquecimento prolongado pode ser problemático para os grandes peixes, pois eles possuem preferências térmicas específicas. Isso pode resultar em uma mudança das espécies em direção a águas mais setentrionais ou mais profundas, em busca de temperaturas ideais. O Golfo do Maine, por exemplo, está se aquecendo rapidamente.
Os grandes peixes desempenham um papel importante na saúde dos oceanos, sendo predadores essenciais no topo da cadeia alimentar. Além disso, também possuem valor econômico significativo. A pesca de peixe-espada nos EUA, por exemplo, movimentou cerca de US$23 milhões nos portos em 2022, sem contar os supermercados, restaurantes e peixarias. Mudanças na distribuição dessas espécies podem exigir adaptações na indústria pesqueira e nas regulamentações.
Para enfrentar essas mudanças, será necessário uma liderança ativa e uma gestão criteriosa, afirma Gib Brogan, gestor de campanha da organização conservacionista Oceana. A saúde dos habitats é crucial para a sobrevivência das populações de peixes, e a perda desses habitats pode resultar na perda completa de espécies.