A defesa dos alunos alega que eles foram obrigados a tirar a roupa como parte de uma série de imposições e trotes praticados por veteranos contra os calouros. Após recurso dos estudantes, a 6ª Vara da Justiça Federal considerou que a expulsão violou o direito à ampla defesa e ao contraditório, pois ocorreu sem que os envolvidos fossem ouvidos.
No dia seguinte à decisão, estudantes de outros cursos se pronunciaram nos arredores da universidade, afirmando que o retorno dos jovens dá uma sensação de impunidade e lamentando a decisão judicial. Alguns relataram que acreditam haver proteção aos alunos de medicina e que, se o episódio tivesse ocorrido no curso deles, não haveria readmissão.
Alunos ouvidos pela Folha na semana passada também reclamaram que o curso de medicina é favorecido dentro do campus da Unisa, tanto em relação às instalações físicas quanto em termos de privilégios, como vagas no estacionamento. Esses estudantes temem que a imagem da universidade seja prejudicada após a polêmica e que isso possa afetar os próximos vestibulares.
A Unisa, ao anunciar a expulsão dos alunos, afirmou repudiar os atos e destacou que os atos ocorreram fora de suas dependências. Segundo o reitor Eloi Francisco Rosa, a instituição já levou o caso às autoridades públicas e contribuiu com as investigações e providências cabíveis.
Após a decisão, o advogado da Unisa, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que a faculdade tem feito esforços para evitar trotes entre veteranos e calouros, com campanhas de Tolerância Zero contra o trote. Ele ressaltou a necessidade de enfrentar o problema e fortalecer as campanhas contra trotes discriminatórios e violentos. Carvalho afirmou que a Unisa irá liderar o pacto nacional contra o trote violento.
Essa polêmica envolvendo a readmissão dos estudantes expulsos da Unisa continua a gerar debates sobre punição, privilégios e ações necessárias para evitar esse tipo de comportamento nos ambientes acadêmicos. A imagem da universidade também pode ser afetada, deixando algumas pessoas receosas em relação à sua reputação. Resta saber quais serão as medidas adotadas para enfrentar essas questões e promover um ambiente acadêmico mais seguro e respeitoso.