A estimativa da Defesa Civil é que o drama seja ainda maior no mês de outubro, quando a seca deve se intensificar. Até dezembro, estima-se que quinhentas mil pessoas sejam afetadas no Amazonas pelos efeitos da estiagem. Segundo a Defesa Civil, a previsão é que a estiagem deste ano seja mais prolongada e intensa em comparação aos anos anteriores, podendo ultrapassar o número de 50 municípios atingidos.
Diversos fatores contribuem para o agravamento da estiagem na região. Além da influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuvas, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte também contribui para a redução do volume de chuvas na Amazônia. O Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) alerta que o clima mais quente dificulta a formação de nuvens de chuva na região.
Para dar suporte às famílias afetadas, o governo do Amazonas adotou medidas como apoio na saúde e abastecimento de água, distribuição de cestas básicas, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais. Nessa terça-feira (26), o governo federal também anunciou a criação de uma força-tarefa em parceria com o governo estadual para enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas.
Entre as ações a serem realizadas, estão o envio de ajuda humanitária como cestas básicas e água, combate ao desmatamento e aos incêndios, apoio logístico para as cidades mais afetadas, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.
O Boletim divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que já são observadas chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A previsão climática para os próximos meses indica maior probabilidade de chuvas abaixo do normal no Norte do país.
Diante desse cenário, a diminuição do volume dos rios tem dificultado a navegação na região. O governo federal anunciou a liberação de R$ 140 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões, importantes vias de escoamento de cargas e produtos da região. O primeiro trecho de dragagem será no Rio Solimões, entre os municípios de Tabatinga e Benjamin Constant.
A intenção é combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada nos estados do Amazonas e Rondônia, informou o Ministério dos Transportes. A situação requer ações urgentes e coordenação dos governos estadual e federal para enfrentar os desafios trazidos pela estiagem na região.