General da reserva Augusto Heleno recebe apoio de parlamentares em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro

Na terça-feira (26), o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no governo Bolsonaro, prestou a segunda parte de seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro. Durante seu depoimento, o general recebeu apoio de diversos parlamentares da oposição, destacando-se senadores como Jorge Seif (PL-SC), Marcos Rogério (PL-RO), Magno Malta (PL-ES), Esperidião Amin (PP-SC), Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sérgio Moro (União-PR), além dos deputados Delegado Ramagem (PL-RJ), Maurício Marcon (Podemos-RS), Rodrigo Valadares (União-SE) e Filipe Barros (PL-PR).

Os parlamentares elogiaram a trajetória militar do general, tanto dentro quanto fora do Brasil, ressaltando que ele nunca pregou o desrespeito à Constituição ou à democracia brasileira. No entanto, reclamaram da ausência da relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), durante a maior parte do depoimento.

Dentre os parlamentares que manifestaram apoio ao general, o senador Jorge Seif o descreveu como um “patriota, um patrimônio brasileiro”. Já o deputado Ramagem afirmou que o general não tem qualquer ligação com os incidentes ocorridos em 8 de janeiro. Por sua vez, o senador Marcos Rogério reiterou que membros do governo federal foram omissos e poderiam ter impedido o vandalismo nas sedes dos três Poderes. Em resposta ao deputado Marcon, Augusto Heleno classificou os ataques como um “espetáculo deprimente”.

Outro parlamentar que também acusou o governo federal de omissão durante os ataques foi Esperidião Amin. Ele expressou sua suspeita de que os ataques tenham sido permitidos e afirmou que a realidade irá revelar a verdade sobre o ocorrido.

Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, defendeu o general afirmando que não existem provas ou evidências que o relacionem aos incidentes de 8 de janeiro. Segundo Moro, os ministros nomeados por outros governos não cumpriram com suas responsabilidades e ocultaram informações.

Além desses parlamentares, outros também defenderam o general, como os deputados Ricardo Salles (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Nicolas Ferreira (PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Marcos Feliciano (PL-SP), Marcelo Van Haten (Novo-RS), Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e Julia Zanata (PL-SC), entre outros.

O depoimento do general Heleno durou mais de nove horas no total. Durante seu depoimento, ele negou ter participado de qualquer articulação golpista contra o resultado das eleições e afirmou que não vê os atos antidemocráticos como uma tentativa de golpe. No entanto, o general se recusou a responder a 35 perguntas feitas pelos parlamentares, alegando seu direito de permanecer em silêncio.

Dentre os parlamentares que não obtiveram respostas do general, destacou-se o deputado federal Duarte (PSB-MA), que o acusou de tentar fugir da CPMI ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o militar teve responsabilidade na tentativa de derrubar a democracia. A deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ) também teve a maioria de suas perguntas ignoradas pelo depoente.

A deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) afirmou que pessoas envolvidas no garimpo ilegal em terras indígenas ajudaram a financiar a tentativa de golpe em 8 de janeiro. No entanto, não foram apresentadas provas ou evidências que sustentem essa afirmação.

Em resumo, o depoimento do general Augusto Heleno à CPMI do 8 de Janeiro recebeu apoio de diversos parlamentares da oposição, que destacaram sua trajetória militar e contestaram qualquer envolvimento dele nos ataques ocorridos em 8 de janeiro. No entanto, o general se recusou a responder a diversas perguntas durante seu depoimento, o que gerou críticas por parte de alguns parlamentares. A CPMI segue investigando os incidentes ocorridos naquela data.

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