Estudantes de Direito da USP aderem à greve em busca de novas contratações de professores

Os estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) decidiram aderir à greve de estudantes iniciada pelos alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) que reivindicam por novas contratações de professores. A decisão foi tomada durante uma Assembleia Geral realizada na noite de segunda-feira, 25.

De acordo com o Centro Acadêmico 11 de Agosto, responsável pela reunião, dos 630 estudantes presentes, 606 votaram a favor da adesão à greve. A paralisação terá início nesta terça-feira, 26, com a realização de negociações e uma nova reunião será marcada para segunda-feira, 2, com o objetivo de definir os próximos passos do grupo.

Uma das principais reivindicações dos estudantes é a abertura de vagas para a contratação de novos professores efetivos, em número suficiente para atender às demandas do curso, além da garantia das políticas afirmativas na reserva de vagas nos concursos públicos para os cargos. Eles também exigem melhores condições de permanência estudantil.

Segundo uma reportagem, a USP perdeu 818 professores entre 2014 e 2023, o que representa uma redução de 15% no quadro docente, mesmo sem que o número de alunos tenha diminuído. Isso é resultado da crise financeira que a universidade enfrentou nos últimos anos e do período de pandemia, no qual não foram autorizadas novas contratações. A FFLCH foi uma das faculdades mais prejudicadas.

Em nota publicada na última quinta-feira, 21, a reitoria da USP afirmou que está em curso um esforço para a contratação de docentes, de forma escalonada, até 2025. Algumas vagas já foram preenchidas, mas a maioria dos novos professores só deverá chegar no próximo ano. “Temos 641 vagas para preencher e 238 já foram preenchidas. Ao final desse esforço, a USP terá o mesmo número de professores e professoras de 2014”, afirmou a nota.

Como parte da greve, o Centro Acadêmico afirmou que as entradas da Faculdade de Direito serão interditadas com o uso de cadeiras e mesas, e as aulas online serão vetadas e sofrerão intervenção. Está marcada uma reunião de negociação com a reitoria para esta quinta-feira, 28, e uma Assembleia Geral da Universidade na sexta-feira, 29, ambas na Cidade Universitária.

A adesão dos estudantes de Direito à greve representa um movimento de união entre diferentes faculdades da USP em prol de melhorias na educação, principalmente no que diz respeito à contratação de professores. Agora, resta aguardar o desenrolar das negociações e os próximos passos do movimento grevista.

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