Revitalização de Congonhas permitirá operação de voos internacionais, anuncia concessionária

Em um anúncio feito nesta segunda-feira (25), o diretor-presidente da Aena no Brasil, Santiago Yus, revelou que a revitalização do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, possibilitará que ele comece a operar voos internacionais. A concessionária, que assumirá a gestão do aeroporto pelos próximos 30 anos a partir de outubro, apresentou seus projetos, que incluem a construção de um novo terminal e o aumento de 12 para no mínimo 20 pontes de embarque.

De acordo com Yus, a proposta é criar uma área reversível para voos internacionais, caso alguma companhia aérea se interesse. Atualmente, o Aeroporto de Congonhas não oferece voos internacionais. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados cerca de 153,5 mil pousos e decolagens no aeroporto, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, nenhum desses voos foi internacional.

A operação de voos internacionais a partir de Congonhas dependerá das estratégias das companhias aéreas. Segundo Yus, a pista do aeroporto, com 1.940 metros de comprimento, não suporta aeronaves de grande porte, como o Boeing 787, que atravessam o Atlântico. Os voos internacionais a partir de Congonhas devem se concentrar em países próximos, em rotas de 4 ou 5 horas, como Buenos Aires ou Santiago.

Além disso, no ano passado foi concluída a infraestrutura para operações internacionais de aviação geral executiva em Congonhas, que estavam suspensas desde a década de 1980. O terminal internacional da aviação executiva recebeu investimentos de R$ 2,5 milhões e agora possui instalações para a Polícia Federal, Receita Federal, Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Congonhas é atualmente o segundo aeroporto mais movimentado do Brasil, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Sobre um possível aumento no número de pousos e decolagens, Yus afirmou que diversas instituições, incluindo empresas de aviação e órgãos de tráfego aéreo, precisam trabalhar em conjunto para viabilizar essa expansão.

Apesar das expectativas positivas para o desenvolvimento do Aeroporto de Congonhas, houve preocupações em relação ao impacto ambiental e ao aumento do tráfego e do ruído nas áreas adjacentes ao aeroporto. Associações de bairro tentaram barrar a concessão do aeroporto na Justiça, mas não conseguiram. O contrato de concessão prevê um aumento no número de passageiros, passando de 22 milhões para 35 milhões ao ano. Desde março, o aeroporto está autorizado a operar 44 movimentos de pousos e decolagens por hora, três a mais do que no ano passado.

Com a revitalização e a possibilidade de operar voos internacionais, o Aeroporto de Congonhas se tornará ainda mais importante para o mercado aéreo brasileiro, concentrando as principais rotas domésticas que antes pertenciam a Guarulhos. A partir de junho de 2028, todas as obras de modernização e ampliação do aeroporto devem estar concluídas.

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