A palestrante do seminário foi Liliane Garcez, consultora de políticas públicas com foco em educação inclusiva e mobilizadora do Instituto Coletivxs. Em sua apresentação, Garcez ressaltou a importância de pensar nas diferentes dimensões das pessoas, como social, cultural e intelectual, quando se trata do direito à educação. Segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, 8,9% dos brasileiros possuem alguma deficiência. No entanto, o Censo Escolar do Ministério da Educação indicou um aumento na matrícula de alunos com deficiências TGD, TEA e altas habilidades nas classes comuns do ensino regular.
Apesar dos avanços, ainda existe uma diferença significativa de acesso à educação para pessoas com deficiência, especialmente no Ensino Superior. Por isso, a inclusão requer diferentes apoios ao longo do processo educacional. Segundo Agda Sardenberg, coordenadora do FEICE, o fórum foi criado há sete anos para defender a concepção de educação integral, pois a educação não pode se limitar ao empenho acadêmico, é um projeto de corresponsabilização pelo desenvolvimento dos estudantes.
Durante o evento, o mediador Jamir Nogueira, mestre em educação pela FEUSP, destacou o desafio da diversidade na educação e ressaltou a importância de garantir que todas as escolas tenham condições de atender as especificidades de cada aluno. Ele observou que a rede pública municipal possui formas de apoio, enquanto a rede estadual tem menos recursos e as escolas particulares têm diferentes níveis de suporte.
O seminário do FEICE foi uma oportunidade para debater e refletir sobre a importância da educação inclusiva e integral. Através de parcerias entre organizações e o poder público, é possível promover políticas públicas mais efetivas e garantir uma educação de qualidade para todos os estudantes, independentemente de suas características e necessidades. Afinal, a educação é um direito fundamental e essencial para o desenvolvimento pessoal, o exercício da cidadania e a preparação para o mercado de trabalho.