Ao ouvir essas palavras do vereador, minha mente foi imediatamente tomada pela imagem do meu filho de 2 anos, com suspeitas de autismo, correndo pelo apartamento sem parar, subindo e descendo do sofá, brincando e se divertindo. Ele era – e continua sendo – uma criança animada e travessa.
No entanto, em vez de receber punições físicas, ele recebeu todo o carinho, acolhimento e acesso às terapias necessárias para o seu desenvolvimento. Ao invés de chibatas e peias, meu filho acorda todos os dias determinado a treinar e adquirir novas habilidades, buscando integrar-se ao mesmo mundo em que vive o vereador Lucas.
É importante ressaltar que punições físicas não funcionam, nem para crianças com autismo, nem para aquelas consideradas neurotípicas. É fundamental que pensemos em políticas que garantam o acolhimento e acesso a terapias para os autistas no Brasil, especialmente para aqueles que vivem em Jucás.
O vereador Lucas, por sua vez, postou nas redes sociais que o recorte de sua fala estava fora de contexto e que se tratava de fake news. No entanto, não foi possível encontrar essas imagens e contexto mencionados por ele em seu perfil na Câmara. Ele prometeu publicar o “todo o contexto” em breve, o que pode ter sido uma resposta à repercussão negativa de sua infeliz declaração.
Em resumo, em um momento em que é necessário promover a conscientização e inclusão das pessoas com autismo, é lamentável ver um representante do povo fazer esse tipo de comentário desrespeitoso. Espera-se que a repercussão negativa dessa fala faça com que o vereador Lucas reflita sobre suas palavras e busque formas de contribuir para o acolhimento e inclusão dos autistas em sua cidade.