STF suspende julgamento do marco temporal para demarcação de terras indígenas, placar é de 5 a 2 contra a tese

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou novamente o julgamento do marco temporal para demarcação de terras indígenas. O placar atual do julgamento é de 5 votos a 2 contra a tese, e a análise do caso será retomada amanhã (21). Na sessão de hoje, apenas o ministro Dias Toffoli proferiu voto, argumentando que a Constituição não estabelece um marco temporal para reconhecimento do direito dos indígenas.

“A proteção constitucional aos direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam independe da existência de um marco temporal em 5 de outubro de 1988”, afirmou o ministro Toffoli. Além disso, Toffoli propôs parâmetros para garantir indenização aos ocupantes “boa-fé” de terras indígenas, nos casos em que ocorreu a titulação indevida dessas terras a particulares.

Até o momento, além de Toffoli, os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Cristiano Zanin se manifestaram contra o marco temporal. Por outro lado, Nunes Marques e André Mendonça se manifestaram a favor da tese. Vale ressaltar que o STF encontra-se na décima sessão para julgar o caso.

A tese defendida pelos proprietários de terras estabelece que os indígenas teriam direito apenas às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial naquela época. No entanto, os indígenas são contrários a esse entendimento e defendem o reconhecimento de seus direitos sobre as terras tradicionalmente ocupadas.

O processo que levou a essa discussão específica trata da disputa pela posse da Terra Indígena Ibirama, localizada em Santa Catarina. Essa área é habitada pelos povos Xokleng, Kaingang e Guarani, e a procuradoria do estado questiona a posse de parte dessa terra.

É importante mencionar que a suspensão do julgamento do marco temporal tem gerado muita expectativa e tensão entre as comunidades indígenas e os proprietários de terras, que aguardam ansiosamente uma decisão definitiva do STF sobre o assunto. No entanto, ainda não é possível prever quando esse julgamento será concluído e qual será o desfecho do caso. A retomada da análise amanhã certamente trará mais informações e posicionamentos relevantes sobre essa questão delicada e complexa que envolve os direitos territoriais dos indígenas.

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