Atualmente, o programa possui duas unidades em funcionamento, sendo uma no Canindé e outra no Anhangabaú, com capacidade para atender 40 famílias cada. De acordo com a prefeitura, 28 famílias já conseguiram sair do programa de forma qualificada, com autonomia econômica e alternativas de moradia.
No entanto, mesmo sendo considerado promissor pela gestão do prefeito Ricardo Nunes, o programa tem enfrentado resistência por parte dos vizinhos. Há abaixo-assinados, manifestações e até boatos de que as vilas estariam levando a cracolândia para os bairros em que estão instaladas.
A próxima Vila Reencontro será no Pari e terá capacidade para atender até 100 famílias. O local escolhido fica em uma área pouco povoada do bairro, ao lado do Shopping D, que oferecerá capacitação aos moradores. No entanto, os vizinhos se mostraram apreensivos e pediram que a prefeitura reconsiderasse os planos, alegando risco à segurança.
O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Júnior, afirma que não há indicadores que associem o programa ao aumento da criminalidade. Segundo ele, os principais obstáculos para ampliar o programa são a dificuldade em encontrar terrenos públicos e o preconceito fortalecido por boatos mentirosos.
A Vila Reencontro em Santo Amaro, na zona sul da cidade, também enfrenta resistência dos moradores. Um abaixo-assinado virtual com cerca de 700 assinaturas foi criado pedindo a proibição da vila. No entanto, a prefeitura considera o bairro adequado para o programa devido ao número significativo de famílias vivendo nas ruas.
A previsão é que a cidade de São Paulo tenha condições de atender todas as famílias em situação de rua após a implementação das novas unidades. Nesta terça-feira (19), a gestão Nunes abriu uma licitação para contratar módulos de construção das casas que serão instaladas no próximo ano.
A economista Silvia Maria Schor, professora da USP e coordenadora do Centro de Estudos sobre População em Situação de Rua da Fipe, avalia que o programa teve um bom começo, mas a localização das novas unidades pode prejudicar os resultados, pois áreas centrais oferecem mais oportunidades de emprego e reinserção social.
O Vila Reencontro é um projeto de moradia transitória que busca oferecer condições satisfatórias de habitação para as famílias em situação de rua.