Alunos da USP entram em greve devido à falta de professores na FFLCH, provocando conflito na universidade

Alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram entrar em greve a partir desta quinta-feira (21), devido ao conflito gerado pela falta de professores na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A reitoria da instituição afirmou que foram distribuídas 879 vagas de docentes para todas as unidades, incluindo 70 para a FFLCH, que ainda precisa realizar concurso para preencher esses cargos.

O anúncio da greve foi feito após uma assembleia realizada na noite de terça-feira (19), na qual representantes dos diretórios acadêmicos votaram a favor da paralisação. No entanto, cabe aos alunos de cada unidade decidir se irão aderir à greve ou não.

Um grupo de organizadores ameaçou invadir as salas de aula durante a paralisação, com o objetivo de impedir a realização das aulas. O imbróglio teve início na noite de segunda-feira (18), quando estudantes dos cursos de letras e geografia tinham a intenção de realizar uma manifestação em protesto contra a falta de professores.

A diretoria da FFLCH enviou um e-mail aos estudantes informando que todas as atividades estavam suspensas e os prédios foram esvaziados e trancados, devido ao receio de invasões. A Guarda Universitária foi acionada e viaturas da Polícia Militar foram enviadas ao local.

Após a ação, alunos de outros cursos da FFLCH, como ciências sociais, história e filosofia, decidiram apoiar a paralisação. Um grupo de aproximadamente mil estudantes foi até o prédio administrativo para protestar e pedir a reabertura das unidades. Durante o ato, a entrada do prédio foi bloqueada, impedindo a passagem do diretor da FFLCH, Paulo Martins. Houve uma discussão acalorada e troca de xingamentos entre ele e os alunos.

Após a confusão, representantes dos centros acadêmicos se reuniram com o diretor e apresentaram uma lista de exigências, incluindo a liberação dos prédios, a saída dos agentes de segurança dos espaços estudantis, o agendamento de uma reunião entre a reitoria da USP e os alunos, e uma retratação pública de Martins. Os dois primeiros pontos foram atendidos, enquanto os demais estão sendo negociados.

É importante ressaltar que esse conflito afeta diretamente a qualidade do ensino e demonstra a falta de investimentos na educação superior. Os estudantes têm o direito de protestar e reivindicar melhorias no ambiente acadêmico, principalmente quando isso impacta negativamente em seu aprendizado. A greve é uma forma legítima de expressão e os alunos da USP buscam uma solução para a carência de professores na FFLCH, visando garantir um ensino de qualidade para todos os estudantes.

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