Lula iniciou seu discurso relembrando sua participação no evento em 2003 e ressaltou a importância de se ter consciência da gravidade da crise climática. Ele afirmou que atualmente a crise já está batendo às portas de todos, destruindo casas, cidades, países e causando sofrimento aos mais pobres. O presidente expressou condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia e o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Para vencer as desigualdades, Lula ressaltou a necessidade de combater a resignação e a falta de vontade política por parte dos governantes. Ele destacou a fome como um dos principais problemas que ainda assolam a humanidade, afirmando que hoje existem 735 milhões de pessoas que não sabem se terão o que comer amanhã. Além disso, o presidente ressaltou a crescente desigualdade, mencionando que os dez maiores bilionários possuem mais riqueza do que os 40% mais pobres do mundo.
O tema do debate geral deste ano é “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerando ações para a Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável rumo à paz, prosperidade, ao progresso e à sustentabilidade para todos”. Durante o debate, os chefes de Estado têm a oportunidade de expor suas visões e preocupações diante do sistema multilateral.
Como tradição da ONU, cabe ao governo brasileiro realizar o primeiro discurso da Assembleia Geral, seguido pelo presidente dos Estados Unidos. Esta é a oitava vez que o presidente Lula abre o debate dos chefes de Estado, tendo participado do evento todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, ele foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Além do discurso na ONU, Lula participou de reuniões com empresários e autoridades estrangeiras desde sua chegada a Nova York no último sábado (16). Amanhã (20), ele terá um encontro com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e ainda será recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Durante o encontro com Biden, os dois líderes lançarão uma iniciativa global para a promoção do trabalho decente.
O presidente Lula reafirmou seu compromisso em lutar contra as mudanças climáticas e a desigualdade, destacando a importância de ações concretas por parte dos líderes mundiais. Com seu discurso, ele trouxe à tona temas relevantes e urgentes, buscando mobilizar a comunidade internacional em prol de um futuro mais justo e sustentável.