Esses sistemas de alerta fazem parte das medidas preventivas adotadas para o verão, período considerado o mais crítico para a ocorrência de desastres naturais. O anúncio foi feito pelo governador em fevereiro passado, após uma série de temporais que causaram a morte de 65 pessoas no litoral norte de São Paulo, sendo a maioria delas em São Sebastião.
Além de São Sebastião, as cidades de Guarujá, na Baixada Santista, e Franco da Rocha, na Grande São Paulo, também receberão as sirenes, devido ao histórico de riscos de deslizamentos e desastres nas regiões. Essas localidades também contam com centrais de monitoramento em operação 24 horas por dia.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Henguel Ricardo Pereira, o prazo máximo para a instalação das sirenes é de 120 dias. No entanto, já estão sendo feitas tratativas para acelerar o processo a partir de dezembro, principalmente devido às preocupações com a segunda quinzena de fevereiro, período em que o solo está saturado devido ao alto volume de chuvas.
A Defesa Civil já concluiu as análises e estudos necessários para a instalação dos equipamentos, dando prioridade para as cidades de São Sebastião e Guarujá. Além disso, está sendo preparada a criação de núcleos comunitários de defesa civil, onde as sirenes serão instaladas. Essa iniciativa tem como objetivo informar a população sobre os locais seguros que devem ser procurados em caso de desastre.
Além disso, o governo pretende instalar um radar em Ilhabela para aprimorar o monitoramento meteorológico e aumentar a precisão das previsões. Segundo Pereira, as frentes frias chegam ao estado de duas formas: formando-se no polo Sul e passando por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná antes de chegar ao estado de São Paulo, ou formando-se em alto mar e se aproximando da costa. Com a instalação do radar em Ilhabela no nível do mar, espera-se melhorar a acurácia das previsões.
A instalação de radares em outros municípios também está nos planos do governo, mas ainda não há previsão para isso acontecer. A decisão inicial foi priorizar os municípios com áreas de risco, alto número de ocorrências e registros históricos de mortes por deslizamentos de terra. Posteriormente, o governo pretende expandir essa estrutura para outras regiões.
A Defesa Civil estadual iniciará, em outubro, oficinas preparatórias de verão com agentes municipais, com o objetivo de capacitar as equipes para lidar com situações de emergência. Além disso, o governo também pretende mudar o sistema de alertas enviados por telefone, substituindo as mensagens de texto por SMS e alarmes sonoros para todas as pessoas que estiverem em locais de risco de desastres.
Esse novo sistema será chamado “cell broadcast” e contará com a parceria da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Anatel e as empresas de telefonia. Haverá dois tipos de alertas: severo, com informações meteorológicas e possibilidade de alagamentos, e extremo, indicando risco máximo e possibilidade de deslizamentos de terra. Os alarmes, incluindo notificações sonoras, serão enviados para celulares mesmo sem cadastro, com recomendação de evacuação.