IDDD envia pedido ao STF para ser amicus curiae na ADPF que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação

O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) enviou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ingressar como amicus curiae na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que pede a descriminalização do aborto no Brasil até a 12ª semana de gestação. O IDDD afirma que os argumentos apresentados pelo PSOL, partido que propôs a ação, são “irretocáveis” e defende que criminalizar a interrupção da gestação expõe o uso do poder estatal para impor um dever da maternidade às mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.

De acordo com o IDDD, a proibição do aborto consiste em uma “inutilidade prática”, uma vez que a norma prevista no Código Penal não impede que abortos ilegais ocorram. A organização ressalta que essa situação é uma tragédia para as mulheres, que acabam recorrendo a procedimentos clandestinos e colocando em risco suas vidas e saúde. Além disso, a criminalização do aborto também é uma tragédia para o sistema penal, que encarcera essas mulheres ao invés de oferecer cuidado e apoio.

Os advogados do IDDD citam exemplos de países que descriminalizaram o aborto e viram o número de procedimentos cair ao longo dos anos, como Portugal. Eles afirmam que a deferência da ADPF poderia viabilizar esse mesmo resultado no Brasil, reduzindo a tragédia humana associada ao aborto. Segundo o IDDD, a existência de políticas públicas e de um aparato legal de acolhimento, ao invés de encarceramento, permitiria que as mulheres buscassem ajuda junto ao Estado e talvez até mesmo repensassem uma eventual decisão de abortar.

Os advogados do IDDD também salientam que é importante admitir a opinião daqueles que são contrários à interrupção da gestação, mas que sentimentos pessoais, filosóficos e religiosos não devem influenciar a legislação de um Estado laico. Eles finalizam o pedido afirmando que o STF tem a oportunidade de diminuir a tragédia humana associada ao aborto, excluindo as mulheres grávidas de até 12 semanas desse vale de lágrimas que é a vida em 2023.

Em outra notícia, a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compareceram a uma cerimônia em homenagem a autoridades que defendem direitos e a democracia. O evento, realizado pelo grupo Prerrogativas e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), contou também com a entrega da medalha de Ordem do Mérito da AGU (Advocacia-Geral da União) ao jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, entre outras personalidades.

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