Agentes da PRF pedem autocrítica e criticam declaração de Gilmar Mendes sobre existência da instituição

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciaram uma reflexão sobre a corporação através de uma mensagem divulgada em grupos de WhatsApp internos. A mensagem pede uma autocrítica da instituição diante da morte da menina Heloisa dos Santos Silva e do caso Genivaldo Santos, ao mesmo tempo em que critica a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que afirmou que a existência da PRF merece ser repensada.

O texto, ao qual a Folha teve acesso, tem sido compartilhado nos grupos após a declaração de Gilmar e tem recebido apoio dos membros. Nele, é destacado que a instituição precisa fazer uma autocrítica para corrigir possíveis erros e falhas. No entanto, também é enfatizado que os agentes não podem ser penalizados de forma generalizada por episódios pontuais ou por responsabilidades passadas, fazendo referência ao governo anterior.

A declaração de Gilmar Mendes foi feita nas redes sociais, após a trágica morte da menina Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, que foi baleada durante uma ação da PRF. O ministro também mencionou o caso de Genivaldo Santos, que morreu asfixiado em uma viatura da corporação, e a atuação questionável da PRF durante as eleições do ano passado.

Durante o segundo turno das eleições, a PRF montou blitz em locais onde o então candidato e atual presidente, Lula, obteve mais votos no primeiro turno. Esse episódio gerou críticas e questionamentos sobre a imparcialidade da instituição naquele momento. Gilmar Mendes afirmou que diante de violações estruturais, é necessário considerar medidas estruturais para a solução.

A mensagem divulgada entre os agentes da PRF ressalta que a instituição possui 95 anos de história, mas que cometeu dois erros graves nos casos de Genivaldo e Heloisa, que devem ser investigados e os responsáveis punidos. No entanto, também critica a declaração de Gilmar Mendes, considerando-a demagógica, leviana e generalizadora.

É ressaltado que essa generalização prejudica os 13 mil agentes da PRF e perturba a harmonia e independência dos poderes. Além disso, a mensagem também faz referências aos escândalos ocorridos durante o governo passado, com suspeitas de uso da força para impedir o voto de eleitores de Lula.

Os agentes da PRF enfatizam que, em nome de uma caça às bruxas com motivação política e ideológica, estão promovendo uma inquisição perversa contra servidores que se dedicaram a servir aos brasileiros e que não têm culpa pelos episódios pontuais ou por responsabilidades passadas.

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