O procurador Eduardo Benones afirmou que existe evidências concretas que apontam para uma tentativa de homicídio, embora o pedido de prisão tenha sido feito antes do falecimento da criança. Ele ressaltou a preocupação com a integridade das vítimas e expressou que a liberdade dos agentes pode prejudicar as investigações.
Caso o pedido de prisão não seja aceito, o MPF recomendou a adoção de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição dos agentes se aproximarem das vítimas. A Justiça Federal ainda não se pronunciou sobre o pedido.
Além disso, foi solicitada uma nova perícia nas armas utilizadas pelos agentes e no veículo da família. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Corregedoria-Geral da PRF estão investigando o caso.
De acordo com os relatos dos parentes e testemunhas, uma viatura da PRF começou a seguir o carro onde a menina estava, na altura de Seropédica, na Baixada. Os agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada. No veículo, além de Heloisa, estavam seus pais, uma irmã de 8 anos e uma tia.
A equipe médica que atendeu a menina informou que ela tinha vários orifícios de entrada por perfuração de arma de fogo. Dois tiros a atingiram, um no ombro e outro na nuca. A quantidade exata de disparos só será confirmada após a realização da perícia.
Os três policiais envolvidos no caso foram afastados de suas funções e a arma supostamente usada no disparo foi apreendida. O procurador responsável pelas investigações solicitou o recolhimento do restante do arsenal para análise da PF.
Em seu depoimento à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter atirado no carro onde estava a menina. Ele alegou ter ouvido barulhos de tiro e, por isso, efetuou os disparos. Porém, essa versão não coincide com o relato do pai de Heloisa e de uma testemunha, que afirmaram não terem ouvido nenhum tiro antes dos disparos do policial.
A responsável pela área dos direitos humanos da PRF, Liamara Cararo Pires, afirmou que a morte de Heloisa vai contra as diretrizes da corporação. Além disso, o Ministério Público Federal e a Corregedoria estão investigando por que um agente da PRF entrou à paisana na UTI onde a criança estava internada, sem autorização e sem se identificar.
O pai de Heloisa conversou com o policial, mas afirmou que foi uma conversa normal e que não achou estranho. Segundo a PRF, até o momento, foi apurado que o agente foi ao local por conta própria, sem que houvesse pedido, orientação ou comunicação para sua presença.
O caso continua sendo investigado e aguarda-se o posicionamento da Justiça Federal sobre o pedido de prisão dos agentes envolvidos. A comoção pela morte de Heloisa é grande e a sociedade espera por justiça.