General Gustavo Henrique Dutra nega omissão na desmontagem do acampamento em frente ao Quartel General do Exército perante a CPMI do 8 de Janeiro.

Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o ex-comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra, negou ter sido omisso na desmontagem do acampamento em frente ao Quartel General do Exército. Durante sua gestão, centenas de pessoas ocuparam a região do quartel por aproximadamente dois meses, em uma manifestação que culminou em ataques golpistas no dia 8 de janeiro.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou o general sobre as medidas adotadas antes dos ataques. Segundo Dutra, todas as ações foram tomadas com base no cumprimento do dever e na observância das normas e protocolos estabelecidos. Ele ressaltou que o Exército sempre atuou de forma estritamente profissional, buscando garantir a segurança e a ordem pública.

O ex-comandante militar do Planalto ainda destacou a complexidade da situação, devido à presença de um grande número de manifestantes e à necessidade de evitar confrontos e atos de violência. Ele afirmou que a desmontagem do acampamento foi conduzida em conjunto com outros órgãos de segurança e ocorreu de forma pacífica, sem registros de abusos ou excessos.

Durante o depoimento, Dutra também negou ter recebido qualquer tipo de ordem para permitir a permanência dos manifestantes no local ou para adiar sua desocupação. Ele afirmou que todas as decisões foram tomadas pela cadeia de comando do Exército, com base no planejamento e nas informações disponíveis naquele momento.

Por fim, o general ressaltou a importância do diálogo e do respeito à democracia. Ele enfatizou que o papel das Forças Armadas é garantir a segurança e a estabilidade institucional, sempre dentro dos limites legais. Dutra reafirmou seu compromisso com a Constituição e seu repúdio a qualquer forma de intervenção militar ou ruptura do Estado democrático de direito.

Após o depoimento do general Gustavo Henrique Dutra, a CPMI do 8 de Janeiro continuará sua investigação para esclarecer os ocorridos naquele dia. A relatora, senadora Eliziane Gama, anunciou que serão ouvidas outras autoridades e testemunhas, a fim de obter um panorama completo dos fatos e identificar eventuais responsabilidades. A CPMI busca contribuir para o fortalecimento da democracia e a prevenção de novos episódios de instabilidade no país.

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