Uma escritora branca está enfrentando grandes obstáculos para conseguir publicar seus livros. Ela conta que a editora já recusou diversos originais de sua autoria, que abordavam temas como decepções amorosas, impasses familiares, angústias profissionais e até mesmo tentativas cômicas de relatos hipocondríacos.
De acordo com a escritora, a editora afirmou que, no mercado atual, o sofrimento de uma pessoa branca é considerado antiético e não possui importância literária. A editora sugeriu que ela escrevesse sobre suas vitórias, mas a escritora e sua editora ficaram chocadas com essa sugestão e repudiaram a ideia.
Essa situação tem feito a escritora questionar sua capacidade de continuar escrevendo. Ela afirma que não consegue mais produzir nada e que a recusa constante de seus textos tem sido extremamente desanimadora. A escritora ressalta que a crônica em questão, mesmo que aborde o sofrimento de uma pessoa branca, não se trata apenas disso. Ela se sente bizarra e alienada por escrever sobre esse assunto, mas revela que sempre utilizou a carta de ser uma mulher branca de classe média, sem deixar de mencionar o bullying que sofreu na infância por causa de seus óculos e aparelho dentário.
A escritora também destaca a saturação no mercado de relatos sobre a maternidade. Ela afirma que não aguenta mais ouvir histórias de mães brancas deprimidas, solitárias e que necessitam desesperadamente narrar sua dor. Ela admite que também é uma dessas mães, mas que não se leria se pudesse escolher.
Para piorar a situação, a editora chegou a sugerir que a escritora fizesse um pet scan para encontrar traumas e abusos sexuais reprimidos em seu inconsciente. No entanto, a escritora alega que nunca enfrentou esse tipo de situação e que, na verdade, ela é quem abusa de seus estagiários.
Além disso, a escritora também revelou que não possui nenhum problema de saúde ou vício pesado que pudesse ser explorado em suas histórias. Ela não teve experiências traumáticas como abortos, mortes de familiares, vícios ou doenças crônicas. Ela ressalta que sua vida é relativamente confortável, o que a impede de escrever sobre o sofrimento que ela acredita ser necessário para sua obra ser valorizada.
Essa situação tem levado a escritora a questionar se ainda vale a pena continuar escrevendo. Ela acredita que talvez seja hora de desistir e encontrar outra forma de expressar seus sentimentos e vivências. A escritora encerra o texto afirmando que sente que precisa acabar com essa fase de sua vida.