Além da disponibilização das vagas remanescentes, outras mudanças no Fies estão previstas. Uma delas é o retorno do financiamento integral das mensalidades. Fonseca declarou durante um seminário promovido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) que até o dia 20 de setembro serão apresentadas sugestões para um novo formato chamado de “Fies Social”. Nesse modelo, o percentual de apoio será proporcional ao nível de vulnerabilidade econômica do estudante.
A expectativa é de que no mês de setembro as decisões do Grupo de Trabalho (GT) do Fies sejam apresentadas ao Congresso Nacional. Atualmente, o número de vagas ocupadas no Fies caiu de aproximadamente 80% em 2017 para cerca de 40% em 2023, assim como o número de inscritos no programa que diminuiu de cerca de 750 mil em 2017 para menos de 250 mil em 2023. Diante desse cenário, Fonseca ressalta a importância de ampliar o acesso ao programa.
Outra mudança citada por Fonseca é a reformulação dos algoritmos usados nos critérios de seleção do Fies. Ele afirma que o MEC está empenhado em propor algo diferente em 2024 que possa ajudar estudantes que não conseguem cumprir todas as exigências atuais. O diretor mencionou também a possibilidade de apresentar aos candidatos outras formas de escolha de curso, levando em consideração aspectos como empregabilidade e diferenças territoriais. Além disso, existe a ideia de criar um desenho de cobrança do financiamento que leve em consideração o imposto de renda dos estudantes e recém-formados.
Celso Niskier, diretor-presidente da ABMES, comentou que a atual gestão está comprometida em fazer o possível para fazer o Fies voltar a funcionar de maneira eficiente. Ele ainda salientou a importância de separar os alunos que necessitam de bolsa integral dos que precisam de financiamento, destacando que é fundamental ampliar as bolsas integrais e as vagas nas universidades públicas.
Durante o evento, Marcelo Paris, superintendente Nacional de Benefícios Sociais (SUFAB) da Caixa Econômica Federal, apresentou dados sobre o “Novo Fies”, versão do programa implementada em 2018, quando a Caixa passou a gerir os contratos. Atualmente, existem cerca de 250 mil contratos vigentes, que possuem um saldo devedor de R$ 11,5 bilhões, além de 96 mil contratos em período de amortização, que totalizam R$ 2,7 bilhões a serem pagos pelos estudantes.
Em resumo, espera-se que o Fies passe por mudanças significativas, visando ampliar o acesso ao programa e torná-lo mais eficiente e social. A nova chamada para vagas remanescentes é uma das ações que serão tomadas, juntamente com o retorno do financiamento integral das mensalidades e possíveis reformulações nos critérios de seleção. Aguarda-se o posicionamento oficial do Congresso Nacional sobre essas propostas.