Lula defende o direito do Brasil de pesquisar petróleo na margem equatorial e incentiva o uso de biocombustíveis.

Após o encerramento da cúpula do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, concedeu uma entrevista coletiva na qual defendeu o direito do Brasil de pesquisar a viabilidade da exploração de petróleo e gás na margem equatorial, uma área localizada na região norte do país.

Segundo Lula, o Brasil não vai deixar de pesquisar essa região e vai fazer o que entende ser de seu interesse soberano. Ele ressaltou que, caso seja encontrado petróleo, a decisão de explorá-lo ou não será uma questão de Estado.

Essa declaração contrasta com o discurso que Lula tem adotado em foros internacionais, como o próprio G20, no qual ele defende a redução do uso de combustíveis fósseis e o investimento em fontes renováveis. No entanto, a exploração na margem equatorial é alvo de disputa entre as áreas ambiental e energética do governo.

A bacia da Foz do Amazonas é considerada pelo setor de petróleo como uma solução para renovar as reservas brasileiras, já que a produção do pré-sal está prevista para entrar em declínio na próxima década.

Enquanto a Advocacia Geral da União e o Ministério de Minas e Energia se pronunciaram a favor do avanço das prospecções, o Ministério do Meio Ambiente se opõe à ideia, temendo os impactos da atividade. A ministra Marina Silva é uma das principais críticas da possibilidade de exploração de petróleo na região.

Em contraponto à defesa da exploração de petróleo, Lula também pregou o uso de combustíveis renováveis como forma de combater as mudanças climáticas. Ele comemorou o lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis, liderada pelo Brasil, Índia e Estados Unidos, ressaltando que os biocombustíveis podem resolver o problema das emissões de poluentes e derivados de petróleo.

Lula também destacou o fato de o G20 ter conseguido chegar a um comunicado conjunto, mesmo com as divergências entre os países devido à guerra na Ucrânia. Ele ressaltou que a guerra está cansando a humanidade, incluindo os refugiados russos e ucranianos, e afirmou que as vítimas não serão beneficiadas com mais conflitos.

O principal impasse do comunicado estava na insistência dos países ricos em condenar a agressão russa à Ucrânia. No entanto, o documento trouxe um rechaço à guerra sem mencionar a Rússia.

Enquanto o governo brasileiro defende que Rússia e Ucrânia devem sentar-se para negociar a paz, europeus e americanos acreditam que Moscou deve cumprir precondições, como a devolução de territórios ocupados.

Lula celebrou a atuação do Brasil na mediação do documento do G20 e declarou que o país está sendo bem-sucedido em recolocar-se na geopolítica internacional. Ele ressaltou a importância do Brasil nas discussões políticas do mundo e destacou a atuação dos assessores internacionais da Presidência, Celso Amorim e Mauro Vieira.

Em resumo, a entrevista coletiva após o G20 deixou claro que o Brasil defende seu direito de pesquisar e explorar petróleo na margem equatorial, embora Lula também defenda o uso de fontes renováveis. Além disso, Lula comemorou o lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis e destacou a importância do Brasil nas negociações internacionais.

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