Sargento da PM é morto a tiros em São Vicente, elevando para oito o número de policiais militares mortos na Baixada Santista este ano

Na tarde desta sexta-feira (8), um sargento da Polícia Militar (PM) foi baleado em São Vicente, na Baixada Santista. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o policial foi alvejado por indivíduos que estavam em duas motos.

O sargento Gerson Antunes Lima, de 55 anos e inativo desde 2019, foi atendido no Pronto Socorro Vicentino, mas não resistiu aos ferimentos. Essa é a oitava morte de um policial militar na região da Baixada Santista em 2020, sendo que sete deles eram inativos. Além disso, outros 12 policiais já foram feridos este ano, sendo oito em serviço, três de folga e um inativo.

No mesmo dia, uma equipe do 2º Batalhão de Ações Especiais (Baep) também foi alvo de um ataque. Durante um patrulhamento no bairro Castelo, em Santos, um homem em uma bicicleta disparou contra a viatura, atingindo um soldado no ombro. Três pessoas que estavam próximas às imediações também ficaram feridas e foram socorridas para a UPA Vila Noroeste.

Após investigações, foram encontradas drogas e uma arma de fogo nas proximidades do local do ataque. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de entorpecentes e lesão corporal na Central de Polícia Judiciário de Santos. A Polícia Civil está investigando as circunstâncias do ocorrido.

A região da Baixada Santista tem enfrentado um aumento preocupante na violência contra policiais. Somente este ano, 28 civis foram mortos durante a Operação Escudo da Polícia Militar (PM), que estava em vigor desde o final de julho. O governo do estado de São Paulo anunciou o encerramento dessa operação após críticas relacionadas ao alto índice de letalidade policial.

Durante a Operação Escudo, a PM realizou a prisão de 958 pessoas em um período de 40 dias. A ação foi uma resposta ao assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, do Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, ocorrido em julho. Segundo a SSP, todos os envolvidos na morte do soldado foram identificados e presos.

No entanto, a Operação Escudo também foi alvo de críticas. Moradores das áreas em que as mortes ocorreram alegam que os policiais executaram indiscriminadamente pessoas com histórico criminal. Relatos de violações de direitos humanos foram registrados por uma comissão formada por deputados da Assembleia Legislativa, representantes da OAB-SP, Defensoria Pública, Ouvidoria de Polícia e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) divulgou um relatório preliminar apontando diversas violações praticadas pelas forças policiais durante a Operação Escudo, incluindo execuções e invasões ilegais de domicílio.

A segurança pública na região da Baixada Santista continua sendo uma preocupação, e é fundamental que sejam tomadas medidas efetivas para promover a segurança dos policiais e dos civis, ao mesmo tempo em que se respeitam os direitos individuais e se combate a impunidade.

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