A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) respondeu à acusação, informando que as penitenciárias federais possuem contratos com empresas para fornecimento de refeições, as quais são elaboradas com base em parecer nutricional que atende às necessidades calóricas diárias do preso. Segundo a Senappen, os presos têm direito a seis refeições por dia: desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
Cynthia afirmou que seu marido teve que ser levado ao hospital para fazer exames e ainda não recuperou os 20 quilos perdidos devido à falta de comida adequada fornecida pela prisão. Ela questionou para onde está indo o dinheiro destinado aos custodiados pelo Estado e destacou que, apesar de compreender que existem pessoas passando fome no mundo, o Estado é responsável pela alimentação dos presos.
Além das condições de alimentação precárias, Cynthia também relatou maus tratos por parte dos agentes penitenciários aos familiares dos presos durante as visitas. Segundo ela, os agentes são extremamente hostis e agem com grosseria, chegando a acompanhá-los até o banheiro. As visitas são realizadas em parlatórios com vidros blindados, sem contato físico.
A preocupação de Cynthia também se estende à saúde mental de seu marido, que vive isolado em uma cela ao lado de outros três presos, mas prefere se afastar deles. Ela ressaltou que Marcola só tem a oportunidade de sair para o banho de sol uma vez por semana, quando tem visita. Além disso, ele tem dificuldade de receber as cartas enviadas por ela e pelos filhos, o que agrava ainda mais a sua saúde mental.
A reportagem solicitou um posicionamento da Senappen em relação à falta de banho de sol e à entrega das cartas, mas até o momento não obteve resposta. A esposa de Marcola decidiu tornar pública a situação, que manteve em segredo durante algum tempo para evitar represálias contra o marido. Agora, ela espera uma solução para os problemas enfrentados por seu esposo e pelos demais detidos na penitenciária.