Faustão nega vantagens no SUS: críticas à universalidade são vistas como ameaça à democracia.

Após seis anos de uma sequência de retrocessos no governo golpista de Michel Temer e no mandato de Jair Bolsonaro, o Brasil continua a enfrentar desafios na máquina pública. A população, acostumada com notícias preocupantes, tende a esperar sempre o pior. No entanto, é importante analisar as informações com cuidado antes de espalhar boatos, como aconteceu recentemente com o apresentador Fausto Silva.

No último dia 20, foi anunciado que Faustão estava na fila de espera por um transplante de coração. Porém, surgiram fake news alegando que ele estaria “furando a fila” por ser famoso e rico, tirando o lugar de alguém que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidar da própria saúde por questões financeiras.

Essas notícias falsas têm como objetivo desacreditar a eficácia do SUS, um modelo de atendimento universal e gratuito de saúde elogiado e copiado ao redor do mundo. Durante a pandemia de Covid-19, o SUS e a vacina foram alvos de ataques por parte do presidente Bolsonaro. A falsa informação de que Faustão teria sido priorizado por ser uma pessoa pública é uma tentativa de desmerecer não apenas a saúde pública, mas também o presidente Lula, que sempre defendeu o SUS como um dos pilares do Estado brasileiro.

Em um comunicado oficial, o Ministério da Saúde esclareceu que pacientes em estado crítico de saúde, como Faustão, são atendidos com prioridade devido à sua condição clínica. Além disso, a fila para os transplantes é única, tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A ordem de chamada depende de critérios técnicos, como tipo sanguíneo, peso, altura e compatibilidade genética. Portanto, não importa se o paciente é famoso ou não.

Atualmente, mais de 65 mil brasileiros estão aguardando por um transplante no país, sendo cerca de 380 na fila por um coração. Apesar de o Brasil ter uma das maiores filas do mundo, também possui o maior sistema público de transplantes. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como a conscientização sobre a doação de órgãos, a capacitação de equipes hospitalares e a redução de desigualdades entre os estados.

Defender o SUS é garantir que cada brasileiro tenha as mesmas chances de receber um transplante de órgão, caso necessite. Além disso, o sistema oferece todo o suporte necessário, incluindo exames, cirurgias e medicamentos pós-transplante. Ao atacar a fila de transplantes e a universalidade do SUS, está-se enfraquecendo não apenas o governo Lula, mas também a democracia e a luta por igualdade de direitos.

É preciso ter cuidado com as informações que circulam nas redes sociais e buscar fontes confiáveis. A saúde pública é um direito de todos e deve ser valorizada e defendida. O caso de Faustão é mais uma oportunidade de disseminar conhecimento sobre o funcionamento do SUS e desfazer boatos infundados.

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