Durante a primeira parte do depoimento, o ex-ministro do GSI atribuiu o fácil acesso dos manifestantes à Praça dos Três Poderes à ineficiência da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar do Distrito Federal. O senador Sergio Moro concordou com essa possibilidade, mas criticou a atuação do general GDias, questionando se não era função do GSI e do Batalhão da Guarda Presidencial a proteção do Palácio do Planalto.
GDias admitiu que caberia à Coordenação-Geral de Segurança de Instalações (CGSI), vinculada ao GSI, acionar as tropas, mas ressaltou que o órgão dispunha de oficiais nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Na véspera dos ataques, o chefe da CGSI, coronel André Luiz Garcia Furtado, dispensou os reforços enviados pelo Comando Militar do Planalto (CMP).
O senador Magno Malta também criticou a atuação de GDias, confrontando-o com uma declaração do presidente Lula, que afirmou que alguém teria facilitado a entrada dos manifestantes no Palácio do Planalto. GDias evitou comentar a declaração do presidente, mas reconheceu que sempre há falhas em qualquer operação e abriu uma sindicância investigativa para apurar os fatos.
Os parlamentares da oposição argumentaram que o general GDias falhou ao manter oficiais indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em seu quadro de colaboradores. Para a deputada Jandira Feghali, GDias deveria ter exonerado os oficiais ligados ao governo anterior, pois considerou que eles foram responsáveis por articular os atos golpistas. Por outro lado, o deputado Rogério Correia defendeu que a CPMI investigue a atuação dos generais envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro, afirmando que eles atuaram contra a democracia brasileira.
O deputado Pastor Henrique Vieira argumentou que a falha de GDias foi repetir os procedimentos de transição dos governos anteriores, que ocorriam lentamente dentro de um quadro de normalidade democrática, quando na verdade o governo Bolsonaro não estava dentro desse quadro. Segundo ele, oficiais golpistas estavam infiltrados no GSI.
Diante dessas divergências, é necessário aprofundar a investigação sobre a atuação do general GDias e dos generais envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro. A CPMI precisa esclarecer as responsabilidades e garantir que medidas sejam tomadas para evitar que episódios como esse se repitam no futuro. A proteção das instituições democráticas é fundamental para a estabilidade do país.