A atuação de GDias é alvo de críticas da oposição, enquanto os governistas afirmam que há sabotagem de golpistas.

O depoimento do general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), durante a CPMI do 8 de Janeiro, gerou divergências entre os parlamentares. Enquanto a oposição argumenta que o militar falhou ao não mobilizar as tropas para proteger o Palácio do Planalto, os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que GDias foi sabotado por militares ligados ao GSI desde a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a primeira parte do depoimento, o ex-ministro do GSI atribuiu o fácil acesso dos manifestantes à Praça dos Três Poderes à ineficiência da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar do Distrito Federal. O senador Sergio Moro concordou com essa possibilidade, mas criticou a atuação do general GDias, questionando se não era função do GSI e do Batalhão da Guarda Presidencial a proteção do Palácio do Planalto.

GDias admitiu que caberia à Coordenação-Geral de Segurança de Instalações (CGSI), vinculada ao GSI, acionar as tropas, mas ressaltou que o órgão dispunha de oficiais nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Na véspera dos ataques, o chefe da CGSI, coronel André Luiz Garcia Furtado, dispensou os reforços enviados pelo Comando Militar do Planalto (CMP).

O senador Magno Malta também criticou a atuação de GDias, confrontando-o com uma declaração do presidente Lula, que afirmou que alguém teria facilitado a entrada dos manifestantes no Palácio do Planalto. GDias evitou comentar a declaração do presidente, mas reconheceu que sempre há falhas em qualquer operação e abriu uma sindicância investigativa para apurar os fatos.

Os parlamentares da oposição argumentaram que o general GDias falhou ao manter oficiais indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em seu quadro de colaboradores. Para a deputada Jandira Feghali, GDias deveria ter exonerado os oficiais ligados ao governo anterior, pois considerou que eles foram responsáveis por articular os atos golpistas. Por outro lado, o deputado Rogério Correia defendeu que a CPMI investigue a atuação dos generais envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro, afirmando que eles atuaram contra a democracia brasileira.

O deputado Pastor Henrique Vieira argumentou que a falha de GDias foi repetir os procedimentos de transição dos governos anteriores, que ocorriam lentamente dentro de um quadro de normalidade democrática, quando na verdade o governo Bolsonaro não estava dentro desse quadro. Segundo ele, oficiais golpistas estavam infiltrados no GSI.

Diante dessas divergências, é necessário aprofundar a investigação sobre a atuação do general GDias e dos generais envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro. A CPMI precisa esclarecer as responsabilidades e garantir que medidas sejam tomadas para evitar que episódios como esse se repitam no futuro. A proteção das instituições democráticas é fundamental para a estabilidade do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo