De acordo com os policiais envolvidos na ação, eles estavam fazendo uma patrulha na região quando se depararam com o homem carregando uma arma longa no ombro. Eles teriam dado ordem para que o suspeito parasse, no entanto, ele se recusou e atirou contra os policiais. Em resposta, os agentes revidaram e o homem acabou sendo levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Rodoviária, onde veio a falecer.
Após a revista, os policiais afirmam ter apreendido com o suspeito uma submetralhadora, um carregador de munição e um radiocomunicador. É importante ressaltar que o radiocomunicador tem sido mencionado com frequência nos registros de ocorrências com morte na Operação Escudo.
A ocorrência foi registrada na Delegacia de Guarujá como morte decorrente de intervenção policial, tentativa de homicídio e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o suspeito tinha histórico criminal por furto, roubo e associação criminosa.
Todas as mortes ocorridas durante a Operação Escudo estão sendo investigadas pela DEIC (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de inquérito Policial Militar. A SSP informou que todo o conjunto probatório apurado durante as investigações, incluindo as imagens das câmeras corporais, está sendo compartilhado com o Ministério Público e o Poder Judiciário.
A Operação Escudo, deflagrada no fim de julho, é considerada a mais letal da Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru, ocorrido há mais de 30 anos. A operação foi iniciada após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, e tem recebido diversas denúncias dos moradores da região. Segundo eles, alguns casos envolveriam pessoas desarmadas e há relatos de invasões de casas por policiais mascarados, ameaças e indícios de tortura.
O governo de São Paulo, representado por Tarcísio de Freitas, nega as acusações e afirma que não há evidências de abusos. No entanto, imagens de câmeras corporais de policiais militares enviadas ao Ministério Público mostram registros de confrontos com criminosos em apenas 3 dos 16 casos iniciais em que houve mortes.
Após duas semanas sem registros de mortes, a operação na Baixada Santista voltou a ser marcada por violência. No último dia 15, um delegado da Polícia Federal foi baleado e, segundo informações, ficou em estado grave. Desde esse episódio, sete pessoas já morreram em ações da PM.