A escolha do padre Júlio Lancellotti para receber tal honraria deve-se ao seu trabalho em defesa dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua e vulnerabilidade na cidade de São Paulo. Com sua atuação, o padre se destacou na luta contra a construção de estruturas hostis que visam afastar as pessoas em situação de rua dos espaços públicos. Sua atuação inspirou a criação da Lei Padre Júlio Lancellotti, promulgada em dezembro de 2022, após ter sido vetada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Essa nova lei proíbe tais construções e visa proteger os indivíduos em situação de vulnerabilidade.
Atualmente, aos 74 anos, padre Júlio é coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, além de exercer sua função sacerdotal na paróquia de São Miguel Arcanjo, localizada no bairro da Mooca, zona leste da capital paulista. Além disso, ele é responsável pelas celebrações na capela da Universidade São Judas Tadeu.
No entanto, a atuação do padre Júlio Lancellotti não é isenta de perigos. No domingo, dia 27, ao chegar à igreja que lidera, ele encontrou um bilhete anônimo na porta contendo ameaças. O autor do bilhete afirmava que o “dia de reinado” do padre estava prestes a acabar e o acusava de ser um defensor dos direitos dos bandidos, além de usar o povo para se favorecer, chamando-o ainda de “petista vagabundo”. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou que um idoso de 72 anos confessou ter sido o autor do bilhete e foi conduzido ao 8º Distrito Policial, no bairro Brás. O caso foi registrado como injúria e ameaça, mas a identidade do autor não foi divulgada.
A premiação concedida ao padre Júlio Lancellotti representa o reconhecimento de seu importante trabalho em defesa dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua. Independentemente das ameaças enfrentadas, sua atuação foi reconhecida tanto pelo governo federal quanto pelos cidadãos que apoiam suas iniciativas em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.