Para esclarecer a situação, o Inea e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) realizaram uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (27). De acordo com o diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumura, tudo indica que o lançamento da substância foi pontual e, por isso, a água do Rio Guandu deve voltar a ser captada normalmente até o fim do dia. No entanto, a distribuição da água pode levar até 72 horas para ser normalizada em todos os pontos da região metropolitana.
É importante ressaltar que o Sistema Guandu é responsável por 80% do fornecimento de água na Região Metropolitana do Rio e atende a nove municípios, incluindo a capital. A estação de tratamento trata 43 mil litros de água por segundo e beneficia cerca de 11 milhões de pessoas.
Os técnicos da Cedae identificaram a espuma nos pontos de captação da estação de tratamento por volta das 4h da manhã, e a captação foi interrompida às 5h30. De acordo com a Cedae, a água tratada e enviada para distribuição até o momento da interrupção passou por todos os controles de qualidade e não representa riscos para a população.
Diante desse crime ambiental, o Inea acionou a Polícia Civil para investigar o caso. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente está encarregada de verificar se algum dos 72 estabelecimentos industriais e comerciais licenciados para o despejo no Guandu foi responsável pelo lançamento da substância. A possibilidade de a substância ter sido lançada no rio de outras formas, como por meio de um caminhão, também está sendo considerada.
Enquanto a situação não é normalizada, a Cedae decidiu abrir as comportas da estação de tratamento para que a água contaminada pelo surfactante possa escoar mais rapidamente. No entanto, o presidente da companhia, Aguinaldo Ballon, pede que a população não desperdice água nesse período.
É lamentável que um crime ambiental prejudique o abastecimento de água de uma região tão importante como a metropolitana do Rio de Janeiro. Esperamos que as autoridades identifiquem e punam os responsáveis por este ato criminoso, garantindo assim a segurança hídrica da população.