A Gen Z usa TikTok e processos judiciais para lidar com os desafios das mudanças climáticas, buscando soluções criativas e legais.

No último dia 8 de agosto, Kaliko Teruya estava retornando para casa após uma aula de dança tradicional havaiana quando recebeu uma ligação de seu pai. Ele informou que o apartamento da família em Lahaina, na ilha de Maui, havia sido destruído pelo incêndio mais letal em mais de um século nos Estados Unidos. O fogo foi alimentado por ventos fortes de um furacão distante e, apesar das medidas de defesa pública contra desastres naturais, pouco puderam ser feitas para conter a tragédia.

Felizmente, o pai de Kaliko conseguiu escapar com vida. No entanto, para a jovem de 13 anos, a destruição causada pelo incêndio apenas reforçou sua determinação em lutar contra as mudanças climáticas, uma causa que tem ganhado grande importância para sua geração. “O incêndio foi tremendamente agravado pela mudança climática”, ela ressalta, questionando quantos desastres naturais ainda precisarão ocorrer antes que os adultos compreendam a urgência dessa questão.

Assim como Kaliko, um número crescente de crianças e jovens está se engajando em esforços para conscientizar as pessoas sobre o aquecimento global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No ano passado, ela e mais 13 jovens moveram uma ação na justiça contra o estado do Havaí devido ao uso de combustíveis fósseis. Essas ações judiciais estão ocorrendo em vários estados e são acompanhadas de vídeos no TikTok, passeatas e manifestações visando influenciar a política e as eleições.

Embora os ativistas climáticos jovens nos Estados Unidos ainda não tenham alcançado o mesmo impacto público que seus colegas europeus, como Greta Thunberg, têm lutado para serem levados a sério. Neste verão de temperaturas recordes, incêndios devastadores e furacões, os jovens americanos estão cada vez mais preocupados com o futuro do planeta.

A frustração crescente dos jovens eleitores com a agenda climática da administração Biden pode ter um efeito imprevisível nas eleições presidenciais de 2024. Eles estão decepcionados com o presidente Joe Biden, que prometeu durante sua campanha que não permitiria mais perfurações em terras federais, mas tem descumprido essa promessa.

Os jovens estão se organizando para uma marcha climática em Nova York, programada para setembro, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas. Eles estão se fazendo ouvir, até mesmo em estados profundamente republicanos, como Montana, onde uma juíza decidiu em favor de 16 jovens que processaram o estado por seu apoio à indústria dos combustíveis fósseis.

No entanto, os jovens ativistas estão enfrentando o que chamam de “niilismo climático”, a visão fatalista de que não há nada que possa ser feito para deter o aquecimento global. Eles afirmam que esse tipo de pensamento dificulta o progresso necessário para enfrentar a crise climática.

O principal objetivo do movimento é transformar o medo e a frustração em ação positiva. Eles pretendem oferecer soluções e engajar as pessoas na luta por um futuro mais sustentável.

É importante ressaltar que, mesmo entre os republicanos, os jovens estão mais propensos a acreditar na responsabilidade humana pelo aquecimento global e apoiar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A nova geração está se mobilizando e exigindo ações concretas para proteger o planeta.

Enquanto Kaliko e sua família tentam se recuperar do segundo desastre natural em cinco anos, ela reforça a importância de os adultos despertarem para a realidade. Se as mudanças climáticas não forem enfrentadas agora, não haverá futuro para as próximas gerações.

Em suma, os jovens ativistas climáticos dos Estados Unidos estão se tornando uma força a ser reconhecida. Eles estão determinados e dispostos a lutar por um planeta mais saudável, e esperam que os adultos finalmente compreendam a urgência dessa causa.

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