A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, teve acesso ao relatório sobre a movimentação financeira do sargento e afirmou que os valores são incompatíveis com a renda recebida por ele. Segundo a parlamentar, a renda mensal de dos Reis no período analisado era cerca de R$ 13 mil a R$ 14 mil, enquanto ele teria movimentado algo próximo a R$ 3 milhões em sua conta.
Em sua defesa, dos Reis justificou a soma de dinheiro que entrou e saiu de sua conta. Ele explicou que parte desses recursos é proveniente de soldos extras que recebeu quando foi para a reserva, de um consórcio com amigos, de empréstimos pessoais e da venda de um carro a pedido de Mauro Cid. No entanto, a senadora Eliziane questionou os R$ 74 mil recebidos da empresa Cedro do Líbano e de seu proprietário, que possuía contratos com o governo federal. Dos Reis respondeu que o caso já foi investigado, mas não deu mais detalhes.
Os parlamentares da base governista afirmaram que o depoimento do sargento não esclareceu os questionamentos. O deputado federal Rafael Brito calculou que, mesmo retirando os valores que ele justificou, ainda restariam R$ 500 mil sem explicação. Por outro lado, o senador da oposição Marcos Rogério considerou o depoimento do sargento inútil e sem relação com o dia 8 de janeiro, afirmando que nenhum fato novo foi apresentado.
O deputado federal Marco Feliciano defendeu o sargento Luis Marcos, alegando que ele está sendo alvo da CPMI apenas por ser amigo do ex-presidente Bolsonaro e por conta de um suposto revanchismo por parte do governo atual.
O depoimento do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis trouxe à tona mais questionamentos sobre sua participação em supostas fraudes, atos golpistas e movimentações financeiras atípicas. A comissão mista parlamentar de inquérito segue investigando o caso para esclarecer todas as alegações e determinar se houve algum tipo de irregularidade.