A taxa de retorno prevista para os títulos sustentáveis é exatamente a mesma do recém-relançado Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. O fundo receberá parte dos recursos provenientes das emissões dos títulos, utilizando-os para financiar projetos sustentáveis. Inicialmente programada para acontecer em setembro, a emissão foi adiada para o segundo semestre. No entanto, o secretário do Tesouro não descarta a possibilidade de que a operação seja adiada novamente para o início de 2024.
O lançamento desses títulos sustentáveis é visto como fundamental para viabilizar o plano de transição ecológica do governo. Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, enfatiza a importância desses títulos como uma peça-chave para a concretização desse plano. Durigan também ressalta que todos os passos legais e requisitos foram cumpridos para o lançamento dos títulos sustentáveis.
Apesar de as emissões ocorrerem em dólares, o secretário do Tesouro afirma que a operação não apresenta risco cambial para o Brasil. Ele explica que, em caso de uma eventual desvalorização do real, a dívida líquida diminuiria devido à valorização das reservas internacionais quando convertidas em reais. Atualmente, as reservas internacionais somam US$ 342,732 bilhões e servem como um seguro em caso de desvalorização cambial.
Na reunião do Conselho Monetário Nacional, também foi regulamentado o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. O fundo terá um total de R$ 10 bilhões para financiar projetos de desenvolvimento sustentável, com taxas de retorno entre 6,15% a 8%, as mesmas das emissões dos títulos sustentáveis. Projetos em áreas com menor demanda por recursos terão taxas mínimas de 1%, enquanto projetos de transição energética, indústria verde e gestão de resíduos sólidos terão taxas de retorno maiores e maior volume de recursos.
A emissão destes títulos públicos sustentáveis representa um avanço significativo para o Brasil no sentido de promover investimentos em projetos sustentáveis e estimular a transição ecológica do país. Além disso, reforça o compromisso do governo com as questões ambientais e mostra a preocupação em atrair investidores estrangeiros interessados em projetos que são socialmente responsáveis e comprometidos com a proteção do meio ambiente.