Segundo Monica, no último dia 14, recebeu uma mensagem por e-mail que utiliza como parte de seus trabalhos parlamentares. A mensagem foi enviada por um indivíduo se identificando como Astolfo Bozzônio Rodrigues. A vereadora explicou que não sabe se essa é uma identidade real, mas ressalta que há uma conta vinculada a esse nome na rede social X (antigo Twitter), com publicações homofóbicas.
A mensagem, que foi anexada à queixa-crime, tinha um teor lesbofóbico. “Ele diz que ser uma mulher lésbica é uma aberração”, cita a vereadora, que também foi ameaçada de estupro corretivo.
Monica explica que o estupro corretivo é uma realidade para mulheres lésbicas em uma sociedade que acredita que o corpo da mulher deve ser exclusivamente posse de um homem. Ela lamenta que, quando uma mulher foge dessa norma, é tida como uma aberração, e o estupro corretivo seria a prática de um estupro em uma mulher lésbica para persuadi-la a deixar de ser lésbica. “Cometendo mais uma violência”, lamenta a vereadora.
Monica ressalta a importância de se entender que ser lésbica não é uma doença e que o estupro corretivo é um crime. “Acho que é importante que a gente demande sempre que ser lésbica não é uma doença, e o estupro corretivo é crime”, enfatiza.
A vereadora revela que vem recebendo ameaças desde 2018, quando começou a cobrar justiça pela morte de sua esposa, a também vereadora Marielle Franco. No entanto, esta foi a primeira vez que ela recebeu ameaças com esse teor. O autor das ameaças chegou a dizer que sabia onde ela morava, mas não informou o endereço. Monica acredita que a lesbofobia está ligada ao mês da visibilidade lésbica.
Diante das ameaças, Monica adota medidas de segurança no dia a dia e faz parte do programa de proteção dos defensores dos direitos humanos. Ela também recebeu uma medida cautelar de proteção pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
A delegada titular do Decradi, Rita de Cassia Salim Tavares, informou que vai buscar o endereço de IP do computador que enviou a mensagem para identificar o autor. Crimes como racismo (equiparado a LGBTfobia), ameaça, intolerância e violência política de gênero estão sendo investigados pela Polícia Civil.
Portanto, Monica Benicio está tomando as medidas legais cabíveis para garantir sua segurança e denunciar as ameaças que vem sofrendo, reforçando a importância de combater a lesbofobia e o estupro corretivo como crimes graves que atentam contra a dignidade e os direitos das mulheres lésbicas.