Durante sua participação, Campos Neto comparou os juros do Brasil com outros países e destacou que, embora o país tenha juros altos, o aumento dos juros reais foi menor do que em outras economias que também apertaram a política monetária devido à pandemia da covid-19. Além disso, a restrição de crédito no Brasil foi menor do que em outros países.
Apesar disso, o presidente do BC ressaltou que a batalha contra a inflação ainda não está ganha e que os juros precisam continuar restritivos. No entanto, ele acredita que há uma sincronia de cenários com outros países ao redor do mundo, o que pode indicar uma desaceleração global dos juros.
Campos Neto também comentou sobre a inflação global, destacando que, embora esteja começando a cair, os núcleos dos índices de preços em vários países continuam pressionados. Ele ressaltou que a queda da inflação tem sido mais rápida na América Latina e no Leste Europeu, enquanto nos países desenvolvidos os núcleos têm se mantido persistentes.
O presidente do BC mencionou ainda a preocupação com a atividade econômica na China, que tem sido puxada para baixo pelo desaquecimento do setor imobiliário. Ele ressaltou que as projeções para o PIB chinês indicam um crescimento próximo a 4%, considerado baixo para a segunda maior economia do mundo. Além disso, o desemprego no país asiático tem subido rapidamente.
Campos Neto destacou que, nos países desenvolvidos, há um freio na concessão de crédito, devido à desaceleração da economia e às restrições monetárias. No entanto, nos Estados Unidos, ele apontou um descasamento entre as políticas fiscal expansionista e monetária contracionista, o que tem contribuído para a inflação.
No geral, as declarações do presidente do Banco Central mostram um otimismo cauteloso em relação à economia brasileira, destacando a redução gradual dos juros e a desaceleração da inflação. No entanto, ele alerta para os desafios ainda presentes, como a situação na China e as incertezas nos países desenvolvidos.