O julgamento teve início pela manhã e estava previsto para contar com o depoimento de 12 testemunhas. No entanto, tanto a defesa quanto a acusação abriram mão desses depoimentos e partiram diretamente para o interrogatório dos réus. Após uma pausa para o almoço, os debates foram iniciados, com a defesa falando primeiro, seguida pela acusação. O júri prevê réplicas e tréplicas, e a expectativa é que a sentença seja anunciada ainda hoje, diferentemente do julgamento dos demais acusados, que durou mais de dois dias.
O clima em frente ao Fórum de Santo André está tranquilo. Antes do início dos trabalhos, Vera Lucia Chagas Conceição, mãe de Flaviana, uma das vítimas, afirmou novamente que aguarda a condenação dos réus para enfim sepultar seus familiares e recomeçar uma nova vida.
O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2020, quando os empresários Homuyuki Veras Gonçalves, Flaviana Meneses Gonçalves e o filho do casal Juan Victor Meneses Gonçalves foram torturados e mortos em sua residência em Santo André. Posteriormente, seus corpos foram carbonizados dentro do carro da família, que foi abandonado na Estrada do Montanhão, já em São Bernardo.
A denúncia do Ministério Público afirma que Anaflavia e Carina, filha das vítimas, chamaram os primos Jonathan e Juliano, juntamente com Guilherme, amigo do grupo, para realizar um roubo. Anaflavia facilitou a entrada do grupo no condomínio onde a família morava. A denúncia também menciona encontros dos envolvidos para planejar o crime, bem como uma cotação feita por Carina para a troca do carpete do andar superior da casa da família. Segundo a acusação, isso demonstra que o plano era assassinar a família e que as duas mulheres ficariam com a casa. Os irmãos receberiam uma quantia que estaria no cofre da residência, porém esse dinheiro nunca foi encontrado.
Em 12 de junho deste ano, Anaflavia, Carina e Guilherme foram condenados a penas que totalizam mais de 190 anos de prisão. Anaflavia recebeu uma sentença de 61 anos em regime fechado, enquanto Carina pegou 74 anos, sete meses e 10 dias de reclusão. Guilherme teve a pena mais branda, mas ainda assim foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de prisão.
Existe a possibilidade de Anaflavia voltar a enfrentar o tribunal, pois ela não foi condenada pela morte de Juan Victor, mas o Ministério Público entrou com um recurso alegando sua participação no crime. O juiz Lucas Tambor Bueno ainda não decidiu sobre esse pedido.
Continuaremos acompanhando e traremos mais informações em breve.