Descubra o funcionamento do Brics e suas principais características em nosso guia conciso.

O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido como Brics, está se reunindo pela 15ª vez em Joanesburgo, África do Sul. O encontro conta com a presença de chefes de Estado de quatro países, já que o presidente russo, Vladimir Putin, enviou representantes devido à guerra na Ucrânia.

O Brics, com 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global, não possui um critério formal de filiação. O grupo se assemelha ao G7, que reúne as sete maiores economias do mundo, e se encontra periodicamente para discutir políticas externas. Nos últimos anos, o Brics tem se fortalecido ao promover acordos de cooperação mútua e estabelecer um banco de desenvolvimento, atualmente presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff.

A ideia do Brics surgiu em 2001, por meio do acrônimo “Bric”, cunhado pelo economista-chefe do banco investment Goldman Sachs, Jim O’Neil. O termo se refere a economias emergentes com alto potencial de crescimento no século XXI. Em 2006, os quatro países constituíram um fórum formal de discussões.

Após reuniões apenas entre ministros de Relações Exteriores, o Brics realizou sua primeira reunião de chefes de Estado em 2009. Em 2010, foi realizado o segundo encontro em Brasília, e em 2011, a terceira reunião ocorreu em Sanya, na China, quando a África do Sul foi incluída no grupo.

Em 2014, houve um aumento na integração do Brics com o anúncio da criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics. A instituição financia projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros. Já em 2014, foi criado o Fundo de Reservas do Brics para preservar a estabilidade financeira dos países em tempos de crise.

Nos últimos três anos, o NBD tem se expandido e permitido a adesão de países do “sul global”. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos já ingressaram no banco, e o Uruguai em breve fará parte da instituição.

Embora o Brics tenha aumentado sua participação na economia global, esse crescimento não foi homogêneo. Durante os últimos dez anos, as economias da China e da Índia cresceram em média 6% ao ano, enquanto o PIB do Brasil, Rússia e África do Sul aumentou apenas 1% anualmente.

A 15ª reunião do Brics acontece em meio à tensão entre Rússia e Ucrânia e ao plano da China de permitir a ampliação do grupo. A lista dos países interessados em se juntar ao Brics não foi divulgada, mas aproximadamente 40 países manifestaram interesse. A inclusão de novos membros e uma possível ampliação do acrônimo devem ser decididas por consenso dos cinco membros atuais.

Além da integração financeira, o Brics também oferece oportunidades para a ampliação do comércio entre seus membros. O Brasil exporta alimentos, minérios e tecnologia para extração de petróleo, enquanto possui acesso a minérios raros e tecnologias emergentes desenvolvidas pela China. O país também pode se beneficiar dos recursos naturais e energéticos da Rússia, dos produtos farmacêuticos e serviços de tecnologia da informação da Índia e dos minérios tradicionais da África do Sul.

O encontro do Brics representa uma oportunidade para fortalecer a cooperação entre os países membros e ampliar suas relações comerciais e econômicas. A expectativa é que o grupo continue a ganhar relevância e influência no cenário internacional nos próximos anos.

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